Lançado no dia 5 de maio pelo dramaturgo, ator, diretor, pesquisador e produtor cultural, Vinicius de Souza, o Portal de Dramaturgia (www.portaldedramaturgia.com) é o novo espaço virtual construído a partir de um mapeamento e seleção de 100 autores e autoras, espalhados pelas cinco regiões brasileiras, que escreveram peças de nos últimos 10 anos no país.  

“O que se apresenta é um primeiro mapa, que não se esgota nessa iniciativa. Os nomes que inauguram o Portal evidenciam, sem dúvida, um recorte rico, sólido e interessante da dramaturgia brasileira, mas ainda é um recorte”, explica Souza. “A nossa produção dramatúrgica é imensa e crescente.” 

A ideia do projeto é que a lista de dramaturgos no Portal possa se expandir, mantendo o público atualizado dos autores em atividade no país e possibilitando redes de interação também com o público internacional. Daqui a um mês, o projeto também contará com uma versão em espanhol, sendo bilíngue. “O intuito é divulgar a dramaturgia brasileira de modo acessível para todos”, comenta. 

A curadoria do Portal é formada por uma comissão diversificada, com importantes nomes da crítica e pesquisa teatral do Brasil e a região Centro-Oeste é representada pelos curadores Carin Louro e Glauber Coradesqui.  

“Começamos o trabalho de curadoria em agosto de 2021 levantando o maior número de nomes possíveis. Tivemos um olhar mais apurado para os municípios do interior de cada estado do Centro Oeste e Distrito Federal. A gente quis apostar na diversidade. A partir desses nomes que apareceram, quisemos ter um olhar amplo para o trabalho desses artistas”, explica Carin Louro. 

Carin Louro e Glauber Coradesqui (fotos: reprodução)

Entre os dramaturgos de Mato Grosso do Sul, estrelam nomes como o indígena Dudu Kaiowá, que é de uma aldeia de Amambai, ele tem um grupo de teatro, talvez o primeiro do país formado integralmente por indígenas, todos os atores, diretor, maquiador, todos. 

Ainda falando sobre os artistas de MS, temos Cristina Mato Grosso, a dama da dramaturgia sul-mato-grossense, que trabalhou muito para consolidação da nossa cena. Tem Lígia Prieto, uma artista da nova geração, que é bastante ativa, sempre escrevendo muito, fazendo a montagem dos textos, escrevendo pra outras pessoas. 

Ligia Prieto (Foto: acervo Midiamax)

Faz parte também de Castro, também da nova geração, que flerta com o teatro do absurdo, questões políticas e sociais. Leandro Faria Lelo, um artista que começou seu trabalho no MS, tem um trânsito com São Paulo, tem ligação com a literatura, teatro político, entre outros. 

Dramaturgia brasileira 

No portal, os acessam o perfil de cada um dos autores, com uma apresentação crítica do seu percurso artístico e obra – escrita por curadoras do projeto – um fragmento de um de seus textos, entrevista em áudio sobre seu processo criativo e reflexões teatrais, dados e links para contato.  

Entre os perfis escolhidos, 27% são da região Nordeste, 27% do Sudeste, 17% do Norte, 15% do Centro-Oeste e 14% do Sul. Metade dos perfis são de pessoas brancas e a outra de pretas ou pardas. Dois são indígenas. Em relação aos gêneros, 55% são homens e 38% mulheres, entre cisgêneros, travestis e transexuais; 7% são não-binários ou não se declararam. 

 
SERVIÇO: 

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