Na ‘época dourada’, juventude impulsionou DNA do rock campo-grandense durante anos 90
Neste Dia Mundial do Rock, recorde com o MidiaMAIS a história do gênero musical influenciado por juventude atuante na cena local
Nathália Rabelo –
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Rock é um gênero musical que está ligado a muitas outras vertentes, podendo estar relacionado também a manifestações culturais, composições estéticas, criação de moda e até mesmo formas de protesto. Não é por coincidência que o estilo tem um dia para chamar de seu. Nesta quarta-feira (13), o Dia Internacional do Rock comemora o som que chegou a todos os ouvidos do mundo. Em Campo Grande, claro, não foi diferente. Na década de 90, cena local era intensa e impulsionada por jovens ativistas participantes de eventos na Capital. Eles foram responsáveis, assim, por impulsionar o DNA do rock regional na ‘época dourada’.
Marinete Pinheiro, coordenadora do Museu da Imagem e do Som de MS (MIS-MS), entende bem do assunto. Além de trabalhar diretamente com a história da música estadual, ela viveu pessoalmente todos esses momentos imprescindíveis para a difusão do rock em Campo Grande. Segundo ela ao MidiaMAIS, havia uma cena pulsante nos anos de 1990. Na época, se envolveu com o movimento Punk Rock.
Shows aconteciam nos mais diversos pontos da cidade, hoje reconhecidos por sua emblemática participação no cenário musical: Stones Blues Bar, Bar Fly, Rock no Horto, Centros Acadêmicos da UFMS, Obelisco na frente da famosa Rock Show, Grades Bar e tantos outros.
“Um contexto que influenciou na formação de jovens mais contestadores sobre processos políticos e sociais. Cantar “Subúrbio operário” da banda Garotos Podres (SP) é um grito do proletariado”.
Música, diversão e bebida barata
Era disso que os jovens da década de 90 gostavam! E toda vez que alguma banda tocava em Campo Grande, ninguém ficava em casa. Grandes bandas já deixaram seu legado por aqui: Cólera, Ratos de Porão e Sepultura. No cenário regional, bandas Bizarros, Katástrofe, DxDxO e S.A.M marcaram parte da história.
“Fizeram [as bandas] um movimento fortíssimo e que compõe o ser social dessa juventude que pegava ônibus da periferia para o centro da cidade em busca de música, diversão, bebida barata, mas que possibilitava ampliar a visão de estado periférico em todos os sentidos”, recorda Pinheiro.
Comunicação entre movimento underground
Muita coisa era diferente em 1990 e uma das principais distinções entre as gerações era a falta de comunicação. Portanto, quem era fã de rock e bandas daquela época precisava se empenhar – e muito – para ter acesso mínimo a discografias e informações. Bem diferente dos dias de hoje, quando só basta apertar o ‘play’.
“Cópia de música era uma raridade e ter determinado disco era uma preciosidade, pois os meios físicos eram limitados”, lembra Marinete. Como se esquecer da famosa Carta Social? Ela custava um centavo e era o meio de correspondência com as bandas e entre jovens dos movimentos undergrounds do Brasil.
“Nesse contexto trocávamos muitos fanzine, que eram revistas produzidas de forma limitada e artesanal, mas que fazia circular as informações de bandas, discos e demais informações relativas a esse Rock mais underground, e esse processo seguramente me influenciou no jornalismo e hoje no cinema”, afirma com orgulho a jornalista.
As primeiras bandas de Campo Grande
Campo Grande não é só reconhecida por ser a Capital do sertanejo. Na verdade, o Rock é bem difundido em várias casas de show e bares espalhados por diversos pontos.
A aproximação da população com o estilo deve-se aos primeiros cinemas da cidade como o Cine Brasil, Trianon, Santa Helena, Rialto e Alhambra, onde os jovens da década de 50 conheceram o principal ícone do rock mundial: Elvis Presley.
As primeiras bandas do gênero que se tem notícia em Campo Grande são: Os Infernais, Os Geniais, Brasinhas, Mini Boys, Wood Face, Zutrik, Bizarros, Euphoria e Teddy Vemaguete.
“Íamos trocando de roupa a cada entrada da banda. A gente tocava meia hora e depois trocava de roupa. Na época nós tocávamos muito no Surian, nas domingueiras. Teve uma época que nós mandamos até fazer perucas para ficar igual ao estilo dos Beatles”, disse o músico Miguelito, sobre apresentações dos Mini Boys na metade da década de 70. O depoimento faz parte do livro Deitar e Rolar: A História do Rock de Campo Grande de Marcelo Pereira e Éder Yanaguita.
Posteriormente nos anos 80 começou a surgir as bandas de heavy metal, como Alta Tensão, Metalmorfose, Black Church, Devastation, Necroterium e o Katástrofe em meados de 90.
Além das inúmeras bandas marcantes para a história, como Bando do Velho Jack, o blues dos Bêbados Habilidosos e diversas, a década de 90 marcou o começo das bandas punks com o antigo “trio punk”, com os grupos HIV (Heroína Injetava na Veia), Os Impossíveis e Crazy Dick.
Depois o próprio punk começou a ficar mais pesado com o surgimento de grupos como DxDxOx, Fuck Society e Japurá Noise Project. Outro nome importante da cena musical do mesmo período foi o rock com apelo industrial do No Name.
Os anos 90 também foi muito marcado pelo rock alternativo, principalmente no antigo Stones Blues Bar, com bandas como Loa Loa e o Naip que posteriormente transformou-se nos Filhos dos Livres.
Acervos do Rock
Em 2017, o MIS-MS produziu a Semana Som e Fúria com Mostra de Cinema e uma exposição de fotos que agora fazem parte do acervo do museu. Segundo Marinete, era muito difícil ter acesso a arquivos e imagens da época porque câmera fotográfica era um item muito caro.
História
O Rock surgiu nos Estados Unidos nos anos 50, com a fusão da música negra do sul e o country. Uma das características principais características do gênero era o acompanhamento da guitarra elétrica, bateria e baixo com letras simples e ritmo dançante.
Os principais nomes na época eram Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard e posteriormente bandas e músicos como The Beatles, Bob Dylan, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Pink Floyd, Ramones, The Doors, Creedence, Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple e infinitas outras.
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