‘Divorciada’, Evanilde comemora fim do casamento de 18 anos em Campo Grande: ‘livramento’
Depois da separação, vigilante descobriu que era capaz: “eu não acreditava no divórcio”
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“Foi um alívio pra mim”. É com muita alegria que a vigilante Evanilde Rodrigues, de 43 anos, anunciou seu divórcio nesta segunda-feira (14) em Campo Grande. A separação já havia saído há algum tempo, mas só agora ela conseguiu ir buscar a certidão. “Eu não acreditava no divórcio, eu não acreditava que isso aconteceria comigo. Eu lutei pelo relacionamento”, conta ela ao MidiaMAIS.
A felicidade tomou conta da campo-grandense. Ao receber o documento que oficializa um fim significativo, depois de quase duas décadas, ela não se conteve e fez questão de expressar e comemorar essa vitória nas redes sociais. “Divorciada!! Muito feliz por mim. Tenho superado todos os obstáculos com louvor”, declarou.
“A cada passo dado, vejo a mulher que sou. Tenho me surpreendido com tamanho do amor de Deus por mim. Ele tem preenchido todos os espaços do meu coração”, escreveu a vigilante.
“Deixei de viver”
Ao Jornal Midiamax, Evanilde detalhou a história por trás dessa conquista chamada divórcio. “Venho de um relacionamento de 18 anos, nós moramos juntos, foi bom no começo como em todo relacionamento. A partir de então, eu comecei a viver a vida do outro e não mais a minha vida. Eu já não podia trabalhar onde tinha homem porque ele era ciumento, e muita coisa foi acontecendo no decorrer dos anos. Fui percebendo que fui perdendo totalmente a minha liberdade de querer fazer alguma coisa e não poder”, lamenta ela.
“Deixei de viver a minha vida pra viver a vida do outro, e eu só percebi isso depois da separação, porque, até então, as pessoas que convivem com a gente nos deixam tão pra baixo que parece que a gente é incompetente, que não temos a capacidade de viver sozinhos”, pontua a moradora de Campo Grande.
Evanilde relata ao MidiaMAIS que admitir que o casamento não ia bem foi um processo muito complicado. “O tempo todo eu ouvia dele que eu ia pela cabeça dos outros, nunca tive opinião própria, nunca tomei atitude por mim. Cada vez que eu queria fazer alguma coisa e batia o pé, ele falava que eu estava indo pela cabeça das minhas irmãs. Sempre foi assim”, recorda.
“Isso me machucava muito, eu saía pra trabalhar e ele ia para festas, tive que viajar pra fazer tratamento e ele saía também… E quando era comigo, se eu fosse pra qualquer lugar, ele achava ruim. Fui me prendendo por ele, não vivi e aceitei isso. Por muito tempo…”, comenta.
No dia seguinte…
A vigilante reflete e percebe que, pela comodidade, optou por ir mantendo uma relação que já não ia bem. “Foi cômodo pra mim. E aí quando veio a separação, porque ele separou quando já tinha outra pessoa — ele que quis separar, nem fui eu — eu perguntei ‘é isso mesmo que você quer?’, ele falou ‘é isso mesmo que eu quero’. No outro dia, eu fui pro trabalho, liguei na Justiça e marquei o divórcio. Ele falou ‘como assim, mas você tá com tanta pressa?’, eu disse ‘Não. Ou a gente tá junto, ou tá separado. Já passamos por tanta coisa e não temos porque prolongar’”, relembra.
“Dei entrada nos papéis e fomos separando. E foi aí que eu percebi que eu não precisava daquilo. Eu ganho pouco, mas eu me sustento, sempre me sustentei. E percebi o tamanho da minha capacidade. Foi muito gratificante pra mim, eu tava muito feliz ontem por conta disso, porque eu percebi que nesse tempo de separação eu sou capaz, eu sou competente. Coisa que eu não tinha com ele. Eu não dava conta, eu não podia, eu nada. Isso me fortaleceu muito”, comemora.
“Somos capazes”
Agora, ela vive sozinha e se orgulha disso. “Relacionamento, se você quer, você arruma. Mas você quer se prender de novo, ter um novo relacionamento, talvez abusivo? Porque não foi abusivo em termos de surra, mas, psicologicamente, eu era atrasada, eu era feia, gorda, tudo eu era… parece que a pessoa fazia questão de te deixar assim”, relembra.
“Foi um livramento. Eu percebi que amadureci, cresci muito mais depois de tudo isso”, reflete. Orgulhosa e feliz por cada passo dado, a vigilante de 43 anos é a prova de que nunca é tarde para fazer por si. “A mulher em si ela é capaz… de se virar, de se sustentar… de tudo”, conclui Evanilde.
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