Repleta de emoção e superação, Paralimpíada Escolar de MS teve impulso de campeões de Tóquio
Paralimpíada Escolar de MS aconteceu neste sábado no Parque Ayrton Senna, em Campo Grande
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Enquanto as Paralimpíadas de Tóquio orgulham e emocionam os sul-mato-grossenses, o primeiro passo para a chegada até lá aconteceu neste sábado (28), em Campo Grande: as Paralimpíadas Escolares de Mato Grosso do Sul. A competição retornou ao calendário esportivo estadual com disputas nas modalidades bocha adaptada/paralímpica, paratletismo e tênis de mesa.
Ao todo, 69 estudantes-paratletas (43 no masculino e 26 no feminino), com deficiências física, intelectual e visual, na faixa etária de 11 a 18 anos (divididas em sub-14, sub-16 e sub-18) participaram da competição. Seis municípios se fizeram presentes com seus atletas: Campo Grande, Chapadão do Sul, Dourados, Rio Brilhante, Sidrolândia e Três Lagoas.
A bocha adaptada e o tênis de mesa agitaram a Nipo (sede centro), das 8h às 12h (matutino) e das 13h30 às 17h (vespertino). O paratletismo aconteceu nos mesmos horários no Parque Olímpico Ayrton Senna, com as provas: 60m, 75m, 100m, 150m, 200m, 250m, 400m, 800m, 1.000m, 1.500m, salto em distância, arremesso de peso, e lançamentos de pelota, dardo e disco.
Anne Talitha Silva, professora de Educação Física que faz parte da Gedel (Gerência-Geral de Desenvolvimento de Atividades Desportivas) destacou o aumento dos municípios e da participação com a pandemia.
“A gente tá seguindo os protocolos e conseguindo realizar o evento, porque nem todos os estados estão conseguindo realizar o estadual para participar do nacional. Ano passado não teve por causa da pandemia e esse ano ainda conseguimos aumentar os municípios participantes: eram 3, hoje a gente está com o dobro”, relatou ela ao Jornal Midiamax.
“A nossa ideia é isso: estamos inserindo o deficiente no esporte, fomentando isso, fazendo com que a prática do movimento paralímpico contribua com a saúde”, pontuou Anne. Segundo a professora, os campeões paralímpicos de Mato Grosso do Sul, Silvânia Costa e Yeltsin Jacques são um impulso para os estudantes. “A Silvânia e o Yeltsin são motivadores para os nossos atletas aqui. A gente precisa disso”, comentou.
Secretário de Esporte e Lazer de Chapadão do Sul, Altair Trentin relatou ao MidiaMAIS a experiência de participar pela primeira vez do evento, com muito sucesso.
“Truxemos oito atletas, dois no tênis de mesa e seis no atletismo. Primeiro ano que trouxemos atletas. É uma experiência totalmente nova para nós, estamos começando. Elas são especiais e nos faz um grande bem ver a felicidade delas estarem aqui competindo e sendo bem atendidas. O evento é deles, nós estamos aqui só complementando, ajudando”, pontuou ele.
Os dois estudantes que vieram competir na modalidade de tênis de mesa ganharam as medalhas, ficando no pódio, em primeiro e segundo lugar. “Samuel, de 13 anos, ficou com a medalha de ouro, e Ester, de 14, foi medalha de prata, detalhou Eniana Fernandes, coordenadora pedagógica da Apae MS em Chapadão do Sul.
Em breve conversa com a reportagem, o medalhista Samuel falou sobre a experiência e a viagem. “Eu fiz um ponto e depois eu ganhei a medalha e agora já vou embora”, disse.
Morador do Aero Rancho, o campo-grandense João Otávio, de 11 anos, participou da modalidade atletismo, nas categorias salto em distância, 60 metros e 150 metros. Com paralisia cerebral leve e deficiência física motora do lado direito, o menino comoveu a mãe, Virgínia Dias Esposito, que acompanhou cada segundo do filho aos arredores da pista.
“Nossa, eu tô emocionada. Porque é superação, né? Tanto de preconceito, quanto de limitação dele próprio. Todo dia é uma superação pra ele. Isso motivou muito porque tem um atleta que a gente via treinando aqui no parque [Yeltsin] e agora ele é campeão. Isso incentiva muito, ainda mais as crianças que possuem algum tipo de deficiência ou limitação, é fundamental para eles verem que podem vencer”, declarou Virgínia.
Segundo ela, a maior dificuldade é fazer com que eles não se sintam excluídos. “Ele tá participando de um esporte, vendo que pode ser igual a qualquer outra pessoa. Ele tem a limitação dele, mas pode fazer tudo o que quiser, o que sonhar”, disse a mãe.
João Otávio, inclusive, via Yeltsin treinar no Parque Ayrton Senna. O campeão paralímpico foi uma das inspirações para o menino de 11 anos começar a competir. Ao Jornal Midiamax, ele disse que adorou participar das paralimpíadas escolares, contou que mora no bairro Aero Rancho e estuda na Escola Municipal Wilson Taveira Rosalino.
Os estudantes vencedores que participaram do torneio neste sábado, agora concorrerão na etapa nacional, que acontecerá em São Paulo, entre os dias 22 e 27 de novembro.
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