Moradores da região do Pantanal não queriam que remake da novela fosse filmado agora

Motivos tem a ver com a pandemia e reprovação aos ‘padrões Globo’

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Há alguns dias, boato sobre o cancelamento do remake da novela “Pantanal”, da TV Globo, tomou conta da internet. Sites alertaram para uma suposta tensão interna nos bastidores da emissora que levariam a um possível cancelamento das filmagens do folhetim e até dispensa dos atores.

Mas a produtora logo tratou de esclarecer e desmentir a fake news. Ao colunista Duh Secco, do RD1,  a Globo garantiu: “Essas notícias não são verdadeiras. Pantanal segue sim o cronograma previsto, com grande parte das gravações no Pantanal”, afirmou a casa confirmando a novela para 2022.

Entretanto, ao conversar com moradores da região do bioma, o Jornal Midiamax descobriu que, pelo menos alguns deles, não gostariam que a novela fosse filmada neste momento. 

Pantanal em Corumbá (Reprodução)

 

Jovem de 19 anos, a estudante Duanny Lara contou ao MidiaMAIS que viu pouca coisa da versão da rede Manchete, exibida pelo SBT em 2010, mas que tem suas impressões sobre o remake.

“Por ser em época de pandemia eu não crio uma expectativa tão grande porque imagino que vai ser tudo com os protocolos e tal, por mim ela seria gravada num momento que tivesse de boa”, explica Duanny.

Ela diz não saber como isso pode afetar o que será visto na telinha e afirma que gostaria de uma representação digna. “Mais para poder mostrar as belezas, as riquezas, as coisas assim da minha região. Porque a minha região é onde é mais centrado o Pantanal mesmo”, pontua a moradora de Corumbá.

Em depoimento, outro morador da mesma região, José Alves, de 42 anos, também não gostaria que a novela fosse refeita por agora. “Eles não falam que é pandemia, que tem que parar tudo, então por que não param também? A primeira versão é muito melhor, eu vi na Manchete e depois no SBT, não tinha que mexer, vai ficar ruim. A Globo vai estragar tudo”, garante o vendedor.

Onça em Aquidauana (Rafael Hoogesteijn / Panthera Brasil)

 

Vera Lúcia, 54, que vive em Aquidauana, principal ponto de gravações do folhetim, vai de encontro à opinião do adiamento e diz não ter pressa para que a história saia logo na televisão. “Pra que fazer assim? Tudo desse jeito, nessa pandemia não vai prestar. Melhor fazer com mais cuidado quando tiver mais liberdade, até pra ter mais capricho e sair tudo direitinho, sem riscos, sem restrições”, afirmou a aposentada.

Mais nova e sem as referências da versão de 1990, a estudante Duanny não espera diferente. “Quero de verdade que seja muito bem representada a questão dos atores. Não acompanhei a história de todos, mas espero que seja uma história muito rica e que mostre a verdadeira essência da nossa região tão linda”, concluiu.

Vista aérea de Aquidauana (Flávio André)

 

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