O Instagram, rede social de imagens e vídeos, tem se destacado entre as redes sociais nos últimos anos. A plataforma conseguiu fundir todos os aspectos que tornam outras redes únicas em sua interface. Há pouco tempo, porém, o Instagram estava tão focado em roubar recursos de outras plataformas que eles ficaram para trás quando se tratava de filtros para os stories.

Todos nós sabemos que o IG arrebatou a ideia da história de 15 segundos do Snapchat, mas deixou a desejar quando se tratava de competir com os vários filtros do Snapchat. Mas esse processo se tornou possível e mais democrático depois que o Instagram passou a possibilitar com que os usuários fizessem seus próprios filtros.

Apesar do avanço, a representatividade na ferramenta deixa a desejar para muitos usuários que não se enquadram nos padrões de beleza que no passado tornaram a rede social tão popular. A população negra, que também é maioria no Brasil, se encaixa nesse grupo.

Olhos grandes e claros, sem olheiras, nariz fino e boca pequena mas arredondada. Assim são grande parte dos filtros de beleza da rede social. Alguns trazem resultados que mudam completamente o rosto quem usa, o que pode levar a um problema futuro de dismorfia corporal, afastando o indivíduo cada vez mais da auto aceitação.

Criadores de conteúdo negros tiveram que criar novos filtros que atendessem às próprias necessidades (Reprodução, Instagram)

 

Dismorfia corporal e autoestima

A estudante de psicologia Thayná da Silva Santos (@_deusaafro) usa as redes sociais para alavancar causas raciais e de gênero. Segundo ela, encontrar perfis com criadores negros e filtros que se encaixem no tom de pele sem mudá-lo e sem ‘plásticas instântaneas’ é uma tarefa difícil, mas felizmente não impossível.

“Eu comecei a encontrar pessoas negras que eu sigo e que começaram a fazer filtros para pele negra. Algumas pessoas negras do twitter começaram a compartilhar os filtros para pele negra que eles/elas tinham. A maioria dos filtros é feito para gente branca e por gente branca, muitas vezes não sabem colocar nem uma cor que favoreça a pele negra”, frisa a estudante.

Thayná conta, ainda, que as irmãs mais novas, de 19 e 9 anos, começaram a se sentir feias e fora de um padrão de beleza porque achavam que os filtros eram a realidade da beleza ideal. Além disso, já não conseguiram mais tirar fotos sem filtro, isso só mudou depois de muita conversa que tiveram.

“Uns (filtros) deixam a gente quase transparente, outros deixam a gente laranja, cinza. Chega a ser um racismo velado porque eles falam que isso não é uma forma de diferenciação, além de não se importar em fazer algo para as pessoas negras também”, explica.

Pensando nisso, separamos uma thread do Twitter com alguns filtros para pele negra criados por pessoas negras, que apenas embelezam sem tirar as características de pele e traços negros. E que também podem interessar a quem está lendo essa matéria e quem sabe, mudar a sua opinião de beleza! Confira abaixo: