O dia 13 de julho de 1985 marcou um acontecimento icônico para o mundo da música. Em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, Estados Unidos, foi promovido o Live Aid, show beneficente organizado por Bob Geldolf como apoio para a Somália e a Etiópia, que passavam por uma crise humanitária. Dada a relevância que o evento ganhou, a data de sua realização passou a celebrar o Dia Mundial do Rock. 

Um dos concertos mais memoráveis – e relembrado recentemente com o filme Bohemian Rhapsody – foi aquele que, para muitos, é o melhor da história: Queen, liderado por Freddie Mercury, no Estádio de Wembley em Londres. Enquanto isso, do outro lado do oceano, bandas como Black Sabbath, com Ozzy Osbourne e Bill Ward à frente, estavam no palco do Estádio John F. Kennedy, na Filadélfia. The Who, Led Zeppelin, Paul McCartney, Madonna, U2, The Beach Boys, Elton John, Sting, Judas Priest, Duran Duran, Scorpions e David Bowie também fizeram parte do line-up do festival. 

Para celebrar o Dia Mundial do Rock, o Midiamax separou algumas cidades ao redor que são perfeitas para os amantes da música conhecerem depois da pandemia. Isso mostra que o rock vai muito além de um gênero musical, mas sim um estilo de vida presente em várias partes do mundo. Vamos conhecer?

Memphis (EUA)

Se alguém ainda acredita que o Rei do Rock vive, certamente um bom lugar para começar a procurá-lo é na cidade mais importante do Tennessee. A sombra alongada de Elvis Presley se estende a cada esquina, e sua grande mansão em Graceland é um verdadeiro centro de peregrinação, a 15 km do Centro, onde se encontra seu túmulo.

Também é possível fazer visitas guiadas aos míticos Sun Studios, local de gravação dos primeiros discos de Elvis e um espaço-chave no nascimento e popularização do rock. Para completar a experiência, vale assistir a um show no clube Beale, onde reina o blues, um dos estilos precursores do rock. Para reviver a história do rock por meio do soul – um derivado entre rock and roll, R&B e música gospel –, a recomendação é ir à Rua East McLemore, onde o Stax Museum oferece o melhor desse subgênero. Por lá, gravaram Otis Redding e Isaac Hayes.

Liverpool (Inglaterra)

A banda mais famosa do era conhecida como Os Garotos de Liverpool. Por isso, a cidade é um importante ponto de parada para os amantes da música de estilos mais clássicos, graças à história escrita por esse grande fenômeno de massa em torno do rock and roll dos anos 60. Os Beatles é possivelmente a banda mais famosa do mundo, e a mais importante da música moderna. A cidade sempre reconheceu a importância de John, Paul, George e Ringo, com estátuas dedicadas a eles e até mesmo um aeroporto. Além do museu e de locais históricos como o Fab Four, Penny Lane e Strawberry Fields, é imprescindível visitar o The Cavern Club, a verdadeira sede dos Beatles. Além de ouvir boa música ao vivo, é possível encontrar uma infinidade de objetos musicais icônicos.

Londres (Inglaterra)

 Os sinais da identidade rock da capital britânica não começam nem terminam com o show Live Aid, no antigo Estádio de Wembley, tampouco podem ser mensurados. Alguns lugares para visitar e conhecer incluem o bairro de Camden Town, lar de artistas como David Bowie, Amy Winehouse e Chris Martin, do Coldplay. A herança musical do bairro vive no Castelo de Dublin, ou Electric Ballroom, com mais de 70 anos e que já acolheu grandes grupos, como The Clash, U2 e The Smiths. Já em Oxford Street, é possível visitar o 100 Club, onde os Sex Pistols tocaram pela primeira vez, enquanto em Kensington encontra-se a casa de Freddie Mercury e, em Camden Square, a casa de Amy Winehouse. Também são imperdíveis locais como o Nashville Pub, The Intrepid Fox e The Crobar.

Brasília (Brasil)

A recente formação da cidade, junto com uma juventude rebelde e um contexto político conturbado, fez Brasília ser conhecida como a Capital do Rock no Brasil. Bandas como Legião Urbana, Raimundos e Capital Inicial surgiram na cidade e ajudaram a escrever a história da música brasileira. Desde maio de 2021, Brasília conta de forma oficial com a Rota do Rock, que mapeou 37 locais na cidade que são importantes para a história do estilo, entre os quais: o apartamento do Renato Russo; o local que sediou o Rock na Ciclovia, com shows de Plebe Rude; o Cave, no Guará, onde ocorreu o primeiro show da Legião Urbana; e a de Brasília, palco da formação de diversas bandas.

Concepción (Chile)

Embora uma das bandas chilenas mais internacionais e lembradas seja a Los Prisioneros, originária da comuna de San Miguel, em Santiago, cidade onde o local também foi celebrado há 10 anos, o rótulo de cidade do rock ou berço de gênero é assumido pela capital de Biobío, Concepción. A segunda cidade mais populosa do país tem a reputação de ser uma pedreira para um grande número de bandas de rock independentes desde os anos 80. Alguns pontos-chave dessa cultura musical estão no bairro Estación, ou em lugares como a Bodeguita de Nicanor e a Casa de Salud, Bar 542, Bar Callejón e Bar Galería Aura, que mantêm viva a cena rock. Outro local imperdível é o bar Zalsi Podemos, em Talcahuano, um dos ambientes essenciais para conhecer o melhor das propostas locais. 

Buenos Aires (Argentina)

Precursora nos anos 70 de grandes shows ao estilo Woodstock, como o BA Rock, Buenos Aires tem uma cultura rock enraizada em clubes que deram vida a verdadeiros mitos do rock em espanhol, como Gustavo Cerati, Charly García, Luis Alberto Spinetta, Fito Páez e León Gieco. Na hora de descobrir esses lugares fundamentais para a história do gênero, um bom ponto de partida é a iniciativa chamada La Ruta del Rock, que começa com uma visita à casa de Caseros, de José Alberto Iglesias – também conhecido como Tanguito –, indicado como o autor da primeira canção de rock argentino. Outros locais para visitar são os estúdios Phonalex, onde Sui Generis gravou seu primeiro disco, os estúdios Supersónicos, a casa de Luis Alberto Spinetta, o canto Soda Stereo e o bar-teatro La Cueva, ao qual a gênese do rock argentino é creditada.