Darli Castro Costa, de 63 anos, trabalhou por muito tempo como química na Federal de Mato Grosso do Sul. O trabalho consistia no corpo técnico da instituição, onde atuava no Departamento de Tecnologia de Alimentos fazendo estudos, pesquisas e levantamentos. Mas foi durante esse processo que ela descobriu uma nova paixão, dessa vez fora da vida acadêmica. Unindo o amor pelas frutas e a habilidade com a ciência, Darli saiu da para criar a própria fórmula de picolés naturais, com foco nas frutas típicas do Estado. 

Ela contou ao jornal Midiamax que o interesse surgiu enquanto participava de uma pesquisa de frutos regionais, momento em que se apaixonou por esse vasto universo. Foi então que ela e a irmã abraçaram a ideia de criar uma produção de picolés de frutas utilizando polpas naturais. Tudo isso sem a utilização de corantes e aromas artificiais.

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“Estamos no mercado desde 2007, nessa época ainda trabalhava na UFMS, em 2010 me aposentei e passei a me dedicar somente à empresa. Com as crises política e socioeconômica que temos enfrentado desde 2016, tivemos uma baixa nas vendas e, ainda com a pandemia, as coisas ficaram mais difíceis”, conta Darli.

Então, manter a empresa apenas no âmbito familiar foi a solução para continuar com as vendas. Assim, Darli conta com a ajuda dos irmãos, Dilma Castro Costa e Alberto Castro Costa. Na hora de confeccionar os gelados, o que não faltam são opções de frutas frescas: araticum, bocaiúva, buriti, cumbaru, guavira, jatobá, laranjinha de pacu, mangaba, pequi, jaca, jabuticaba, cajá, caju, graviola tamarindo, amora e várias outras. 

E mesmo em meio às dificuldades, os irmãos conquistaram a primeira sorveteria em 2020. Com 40 sabores de picolés e 10 de sorvetes, Darli afirma que eles fazem bastante sucesso no calor de Campo Grande. 

“Todos os sabores regionais têm boa aceitação, especialmente os bocaiúva, pequi, cumbaru e o guavira que é o nosso picolé carro chefe”, comenta.

Questionada sobre a saída da universidade, ela explica que foi uma fase bem emocionante da sua vida.

“Foi um momento bom porque eu saí pra fazer algo apaixonante. Eu estava animada com a produção, a busca dos frutos, os contatos com as pessoas e com os pequenos agricultores. Tudo era novidade, as vendas, uma atividade muito diferente do que estava acostumada”, recorda. 

Darli fazendo a mistura dos picolés (Foto: Arquivo Pessoal

 

Alberto Castro Costa colhendo guaviras para os picolés (Foto: Arquivo Pessoal)