Com quatro músicas próprias, incluindo a primeira de todas as suas composições (Nuvem de Ferro), o jovem cantor e compositor Matu , 25, lançou recentemente seu primeiro EP nas plataformas digitais. Intitulado simplesmente “Matu”, este material é um start nos lançamentos do artista, que promete um 2020 com novidades, poesia e musicalidade.

Nascido em e cerca de 7 anos morando em – CE, Matu tem na capital cearense muitas inspirações que movem sua criatividade. “Naturalmente, foi difícil fugir da . Por contexto das amizades, por conhecer o som instrumental, que é muito forte em Fortaleza, eu passei a me aproximar muito mais do instrumento, do violão, a me reconhecer como músico e a reconhecer essa sensibilidade que sempre tive”, conta.

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Da gaveta, para as plataformas musicais

Uma curiosidade sobre o EP, é que ele foi concebido já tem 5 anos. Gravado em 2005, as músicas que fazem parte do projeto estava, há algum tempo, engavetadas. “A gente gravou tudo ao vivo, com banda e músicos maravilhosos de Fortaleza, mas acabou que não gostei do resultado, do meu desempenho especificamente. Foi tudo tão corrido, que chegou o momento de gravar e não me senti completamente presente lá. Esse material ficou um tempo guardado e isso me incomodava, pois eu gostava dos arranjos, só não gostava muito do meu desempenho com as músicas”, revela.

Um certo tempo passou, até que um amigo sugeriu que o cantor regravasse as vozes e desse uma nova interpretação às músicas, aproveitando os belos arranjos e todas as canções que marcaram o start de sua carreira como artista. O tempo passou mais um pouco, as vozes e alguns trechos de violão foram refeitos e eis que o ano começou com o material pronto para quem quiser escutar.

Disponível em todas as principais plataformas musicais, o EP “Matu” já está disponível para degustação. Aperte o Play! 

Cortina de Ferro

“Ela tem uma crítica com relação à ignorância, esse véu, essa cortina de ferro que boa parte da sociedade (e agente também, em alguns níveis), está sujeito. Começa dizendo: “a ignorância, maldita falta de instrução, poderosa como um câncer, causa dor, e inanição”, uma crítica social.

Sorte

“Sorte saiu de uma brincadeira poética, nasceu de uma exploração poética da sonoridade da letra S, essa sinuosidade (balbucia a palavra “sinuosidade”), eu meio que crio uma experiência de transcendência. É lúdica, um movimento de desejar sorte pra quem tá ouvindo também”.


Dança Gravitacional

“É um ode, uma reverência às estrelas, que semeiam a vida no cosmos, a partir da explosão de uma supernova. A estrela semeia, durante anos, luz. Essa matéria-prima da vida, baseada em carbono e tudo que vive no interior de uma estrela, isso se dissipa geminando vida”.


Conchas

“Essa eu fiz através de uma experiência em Florianópolis, com um amigo. A gente tava andando na praia do Campeche, e começamos a observar alguns baiacus mortos na areia e isso chamou nossa atenção. Nessa nossa caminhada, comecei a refletir nas possibilidades, na história dessa concha, a possibilidade dela ter vindo da costa da África por uma corrente submarina, até chegar onde a gente estava ali, anos depois”.


Foto da capa

“A gente teve uma ideia que dialogasse com essa coisa do Cosmos, tema espacial, interestelar, mas ao mesmo tempo dialogando com essa irreverência que Cortina de Ferro traz, Sorte também, então a gente fez uma seção com laser e uma máquina de fumaça. Deixamos tudo escuro e tiramos diversas fotos”, explica.

A foto escolhida para ser a capa do EP, com o laser “entrando” em seu ouvido e a cara de relax, também tem seu significado. “Acho que isso diz muito sobre estar recebendo a inspiração, pois acho que eu seja cria criador de algo, acho que tudo já foi criado, tudo está aí, a gente só tem a capacidade de sintonizar o que já existe e traduzir, resignificar o que já foi dito, à nossa forma”, conta Matu. As fotos são da Tainá Cavalcante.

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Capa do EP (Foto: Tainá Cavalcante)


Próximos passos

Matu já tem uma canção gravada, diferente do EP, que “conversava” com o artista de 2005, essa vem da leva atual, representa o que ele é e vive hoje em dia. “Essa música chama Pensavento, em parceria com um grande irmão lá de Jeriquaquara, e a gente teve a honra de gravar com a participação do Carlos Malta, um super instrumentista de sopro, um artista renomado, reconhecido mundialmente” Revela.

Sua ideia é gravar canções que trazem a temática do vento, interpretando músicas de outros artistas, pra “desventar” em Pensavento. Sua outra intenção é fazer um álbum, gravar outras músicas e lançar.

Fique de olho!