Pantanal em luto: aos 101 anos, morre o mestre cururueiro Agripino Magalhães

A Cultura Pantaneira está de luto neste domingo (26), com a morte do mestre curureiro Agripino Magalhães, aos 101 anos. Por conta da idade avançada, ele vinha apresentado problemas de saúde e faleceu em casa, segundo informou o Diário Corumbaense. Márcia Rolon, diretora do Moinho Cultural Sul-Americano, lamentou a perda. “Hoje a cultura amanheceu sem […]

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A Cultura Pantaneira está de luto neste domingo (26), com a morte do mestre curureiro Agripino Magalhães, aos 101 anos. Por conta da idade avançada, ele vinha apresentado problemas de saúde e faleceu em casa, segundo informou o Diário Corumbaense.

Márcia Rolon, diretora do Moinho Cultural Sul-Americano, lamentou a perda. “Hoje a cultura amanheceu sem o seu maior Mestre do Saber do Estado … Foram cem anos de histórias cantadas e dançadas em forma de siriri e cururu! Agora o nosso Mestre Seu Agripino irá poder ter força divina para sapatear e tocar a sua Viola de Cocho!”, postou ela em um perfil de rede social.

A diretora ainda destacou que Magalhães foi um “grande parceiro” do Moinho Cultural, participando de atividades e ensinando a fabricação e afino da viola de cocho –instrumento que faz parte da história da região. “A perda para a cultura é imensa”, afirmou Márcia.

Nascido em 11 de junho de 1918 em Poconé (MT), Agripino era considerado um dos ícones da cultura local e visto como o maior mestre cururueiro de Corumbá e Ladário, onde se instalou ainda jovem, aprendendo com o avô o ofício de cururueiro –tendo fabricado mais de 300 violas com os padrões e superstições que integram este Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro, como lembrado pelo Diário Corumbaense.

Em 2017, Agripino recebeu pela segunda vez o título de Mestre da Cultura Popular do Ministério da Cultura. Também ganhou a Medalha Conceição dos Bugres da Assembleia Legislativa.

Agripino se aposentou como estivador. Foi casado por 70 anos, teve 12 filhos e mais de 30 netos e bisnetos, nenhum deles ligado à arte do cururueiro –único artesão apto a fazer artesanalmente a viola de cocho, a partir de um tronco inteiro. O instrumento é o principal usado no cururu e no siriri, duas danças tradicionais do Pantanal.

Por conta da pandemia de coronavírus, o velório durou duas horas no início desta tarde. O sepultamento deve ocorrer até as 16h, no Cemitério Santa Cruz.

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