O velho ditado “se a vida te der um limão, faça uma limonada” nunca fez tanto sentido como na vida de Karen Crystina Gonçalves Rangel. Uma vontade do filho, de 5 anos, acabou se tornando a principal fonte de renda da campo-grandense e mudou a vida de toda a família. Por conta da , a jovem viu seu trabalho minguar, pouco a pouco, até descobrir a salvação para os dias difíceis: vender donuts.

A virada de chave na vida de Karen foi quando o pequeno Bryan conheceu um doce, típico dos Estados Unidos, pela internet e pediu para a mãe fazer. Bastante popular nos desenhos dos “Simpsons”, a rosquinha até então nunca havia entrado na lista de receitas da jovem, mas, para agradar a criança, ela decidiu pesquisar e colocar a mão na massa.

O resultado surpreendeu. Em abril, família decidiu resgatar os R$ 160 que tinha guardado para emergências e fabricaram algumas unidades para vender para alguns amigos. O boca a boca correu de forma positiva e, quando Karen percebeu, já estava recebendo dezenas de ligações com encomendas.

“Os primeiros foram só com cobertura, sem recheio. Os clientes gostaram e a demanda aumentou tanto que resolvemos colocar para vender também em aplicativos de entrega.”

O toque brasileiro chegou com o tempo. Se a tradicional rosquinha frita “americana” parece sem graça para alguns, a empreendedora enriqueceu os quitutes com chocolates diversos, balas, bolachas e até bombom. Em menos de 4 meses, a família se tornou especialista em donuts, alavancou as vendas e já pensa em abrir uma franquia.

Da feira para o delivery

A empreendedora, de 28 anos, trabalhava com locação de pipoca e algodão doce para festas infantis. Nos dias livres, ela vendia bijuterias na feira para juntar dinheiro e pagar a faculdade de ciências contábeis. O marido, técnico em informática, tem carteira registrada, porém o salário não chega a 2 salários mínimos.

A pandemia do pegou a família de surpresa e, sem economias, o casal viu as contas chegando e o dinheiro desaparecendo. A vontade de comer donuts do pequeno Bryan foi a oportunidade que a mãe agarrou para transformar um pedido de criança em negócio de sucesso.

Por ora, Karen não tem intenção de abrir uma loja física, mas os pedidos de franquia já começaram a surgir. A receita tradicional norte-americana caiu tanto no gosto dos seus clientes que o capital da família já ultrapassa a casa dos R$ 10 mil por mês.

A criatividade da empreendedora serve de inspiração para quem busca renda extra durante o , mas a força de vontade foi o principal combustível para que o negócio desse certo. Karen não tem batedeira industrial e continua sovando a massa na mão. Agora, com o crescimento dos pedidos, ela precisa da ajuda do marido para fabricar os doces.

“Meu marido é meu braço direto, ele faz a massa e eu os doces. Os recheios e as coberturas também são artesanais.”

Diversidade

A empresa de Karen oferece os donuts somente com cobertura, recheados, versão premium e combos. Os sabores tradicionais vão desde os tradicionais brigadeiro, doce de leite e beijinho até churros e paçoca. Já os premiuns são os preferido do público: kids pink, Ferrero e Ouro branco. Além do ifood, os doces também podem ser encomendados pelo Instagram.