A arte pode ajudar as pessoas especiais a desenvolverem vários aspectos importantes, como a criatividade, a sensibilidade, além de potencializar as capacidades intelectuais e aprender a expressar as emoções.

Na Capital, a Associação de Educação Especial Marcelo Takahashi, também conhecida como Escola Especial Colibri, atua nas vertentes educação, saúde e serviço social voltadas para pessoas com deficiência. Dentre o ensino educativo, a aula de artes é a que ganha destaque. Os alunos aprendem a pintar, desenhar, fazer mosaicos, mandalas e muito mais ações que auxiliam o desenvolvimento dos estudantes.

A instituição foi fundada em março de 1990 e atualmente atende 200 pessoas com deficiência intelectual entre crianças, adolescentes e adultos.

A arte traz muitos benefícios para uma pessoa especial, mas de acordo com a professora de artes da escola, Sharon Rogoski, a autoestima é a que mais se destaca. “Os alunos se identificam com a arte, se expressam sem precisar esconder sua deficiência. Muitos se queixam por serem diferentes, o preconceito ainda é grande”, afirma.

Para a diretora da Associação, Maria Inês da Silva Nunes, a arte proporciona também a valorização da pessoa, a inclusão, o encorajamento e, principalmente, a confiança. “É um momento que eles não se veem como diferentes. Ainda há muito preconceito, a sociedade tem um pensamento errado sobre o que é ser deficiente e a arte vem para mudar isso, porque através dela [arte] eles se expressam e não tem medo de serem o que são”, ressalta.

Exposição especial

Este sábado (21), é o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência e visando transmitir uma mensagem e um olhar mais sensível a esses indivíduos, a Plataforma Cultural da Explanada Rodoviária recebeu a primeira da Associação de Educação Especial Marcelo Takahashi.

O evento que está acontecendo desde o dia 18 de setembro, se encerra neste sábado (21). Com o tema “Minha Arte é Mais que Especial”, a exposição traz obras, em sua maioria, de paisagens e animais do Mato Grosso do Sul. O nome trata de uma arte fora do comum e que visa mostrar o quão bom os alunos conseguem ser, mesmo sendo diferentes.

Os trabalhos realizados pelos próprios alunos da associação, foram feitos em cartolina e papel cartão e pintados com tinta guache. As pinturas também estão sendo comercializadas e tem valor mínimo de R$ 40 e máximo de R$ 150 incluindo moldura.

A professora de artes, Sharon Rogoski, é a idealizadora do evento e se emociona em dizer que pela primeira vez haverá uma exposição desses alunos. “Quase não existe ações voltadas para eles [deficientes intelectuais]. É a primeira vez que vejo uma exposição de arte como essa e sou suspeita em falar, mas está lindo. Eles estão muito felizes. Para nós que estamos na educação especial é gratificante em poder fazer esse trabalho”.

Visitação

Felicidade é a palavra que transborda no coração da Laura Ito, de 74 anos, mãe do Marcos Sandro de Souza, de 36 anos, aluno especial que frequenta a escola Colibri. Para ela, ver o resultado da exposição é muito gratificante e o orgulho que sente pelo filho só aumenta.

“Eu vim hoje prestigiar e estou encantada com o resultado, uma obra mais linda que a outra. Depois que o Marcos começou a participar das aulas de artes ele melhorou muito a parte intelectual. Eu, como mãe, me encho de orgulho ao ver meu filho se desenvolvendo cada dia mais”.

A exposição se encerra neste sábado (21), quem se interessar pode ir na Sala de Vidro, que fica na Plataforma Cultural da Antiga Ferroviária, das 16 às 20 horas.