Reza a lenda que a pessoa que passar sete vezes debaixo do andor de São João se casará no ano seguinte. E foi exatamente isso que aconteceu com a administradora Myriam Padoa, quando em 2009 ela cumpriu a tradição do festejo em Corumbá e em 2010 subiu de noiva ao altar para o grande “sim” de sua vida.
Filha e neta de corumbaenses apaixonados pela cidade e suas tradições, Myriam conta que cedeu à insistência da mãe quando foi ao Arraial do Banho de São João e passou debaixo dos andores.
“Já estava com 31 anos e nada do príncipe aparecer. Mais um ano veio, já devia ser o sétimo ou oitavo consecutivo, e minha mãe pedia para eu ir à festa de São João de Corumbá. Água mole em pedra dura… Fui”, lembra Myriam.
Naquele ano, o dia 24 de junho, quando os andores descem a ladeira para banharem os santos no Rio Paraguai, caiu durante a semana e Myriam até pediu licença do trabalho, em Campo Grande, para poder participar do festejo e fazer uma fezinha com o santo.
“Arrumei minhas coisas e parti. Em meio aos amigos, só zoação, mas eu estava firme no propósito, embora estivesse morrendo de medo de ser vista por alguém. Cheguei praticamente para a festa, bem no dia. Foi o tempo de tomar um banho e sair para a missão”, conta a administradora.
E naquele 24 de junho de 2009, Myriam se recorda de como o universo se movimentou e, por coincidência ou não, o tempo mudou em Corumbá.
“Quando eu cheguei na cidade o tempo fechou. A energia acabou durante a missa. Veio uma ventania e um temporal que alagou a igreja. Depois de um tempo, achando tudo muito louco, a chuva foi embora e só ficou o frio. Mas a festa é tão incrível que o calor invade a gente. E a essa altura, eu já estava bem mais a vontade. Afinal, todo mundo que está lá, solteiro ou casado, passa debaixo do andor, então qual o problema em passar também?”, pontua.
Mas no fundo, Myriam sabia que não era só pela festa, havia uma intenção maior e ela optou em confiar na fé – e também no conselho da mãe.
“Me lembro que quando estava embaixo de um deles meu telefone tocou, era pouco mais de meia noite e meus amigos estavam querendo saber se eu estava mesmo fazendo aquilo”, conta. Porém, mal sabia Myrian que do outro lado da linha estava o cara que, futuramente, seria o seu marido.
“Foi uma noite incrível, diferente, linda e divertida. Hoje é a prova de que quando a gente bota fé na intenção, ela acontece. No mesmo ano comecei a namorar um dos meus amigos que haviam me ligado enquanto estava embaixo do andor e hoje somos casados. Ano que vem fará 10 anos”.
Enquanto isso, a mãe de Myriam até hoje sugere para as amigas solteiras a passar debaixo dos andores do tradicional Arraial do Banho de São João de Corumbá.
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