Quem diz que em Campo Grande não tem nada para fazer, nunca foi ao Marco

Pela primeira vez no Marco (Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul), eu aguardava a solenidade de abertura da 3ª Temporada de Exposições e me perguntava o porquê de nunca ter visitado o local. Bem localizado, com entrada gratuita e exposições temporárias e mostra permanente, o museu com certeza deveria ser o destino […]

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Pela primeira vez no Marco (Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul), eu aguardava a solenidade de abertura da 3ª Temporada de Exposições e me perguntava o porquê de nunca ter visitado o local. Bem localizado, com entrada gratuita e exposições temporárias e mostra permanente, o museu com certeza deveria ser o destino de quem às vezes reclama de que Campo Grande não tem nada de legal para fazer.

Mesmo sem conhecimento artístico ou olhar crítico, os quatro acervos oferecem experiências singulares. Entre as coleções, há obras clássicas – como as do gravurista sul-mato-grossense Roberto de Lamônica e o pintor japonês que adotou Campo Grande, Masahiko Fujita – e contemporâneas – sendo as do mato-grossense Gervane de Paula e o pernambucano Lourival Cuquinha.

Espectadores aguardam o início da solenidade de abertura da 3ª Temporada de Exposições do Marco. (Foto: Tatiana Marin)
Espectadores aguardam o início da solenidade de abertura da 3ª Temporada de Exposições do Marco. (Foto: Tatiana Marin)

As pinturas de Fujita nos transportam para outros lugares, outros tempos. De pinceladas peculiares, ele retratou situações e paisagens ligadas à imigração japonesa, como os navios que trouxeram seu povo e o monumento dedicado à colônia situado na Praça do Rádio. Fotos e outros itens do artista falecido em 2015 também fazem parte do acervo.

Pouco conhecido no estado e no Brasil, Roberto de Lamônica é natural de Ponta Porã e é considerado um dos maiores gravuristas do mundo. Despontou para a arte depois que mudou-se para São Paulo e, em Nova York, conquistou fama internacional. Mais abstrata, a obra de Lamônica necessita de uma apreciação mais cuidadosa. Muitas das gravuras foram desenvolvidas no metal.

Questionadoras e instigantes, os acervos de Gervane de Paula – proibido para menores de 18 anos – e de Lourival Cuquinha, levam a interpretações e remetem a assuntos da atualidade. Cuquinha, que já passou por diversos países, traz um pouco de muitas pessoas com as quais teve contato em suas andanças. Peças fazem o espectador interagir com a obra. A exposição de Gervane, não pôde ser fotografada por conta da classificação etária, choca com seu cunho sexual, além de abordar a violência.

Quem diz que em Campo Grande não tem nada para fazer, nunca foi ao Marco
Humberto Espíndola (Foto: Tatiana Marin)

Para Humberto Espíndola, um dos principais artistas plásticos de Mato Grosso do Sul, que participou da solenidade de abertura, os esforços do Marco em levar a arte ao povo são também uma consequência da primeira reunião de artistas plásticos que aconteceu há 52 anos, em Campo Grande, no mesmo 31 de outubro em que a abertura da 3ª Temporada de Exposições do Marco. “Esta primeira reunião deu o ‘start’ de todo o movimento artístico”.

Mesmo a trabalho, foi um período agradável que eu gostaria de ter estendido um pouco mais, observar com mais calma e admiração cada um dos quadros, esculturas, peças, painéis. Se você, assim como eu, normalmente visita museus de arte em outras cidades durante viagens, saiba que apreciar arte onde você mora também vale.


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