A morte de Ilton Silva, aos 75 anos, pegou de surpresa o também artista plástico sul-mato-grossense Humberto Espíndola. Natural de Campo Grande e atualmente morador de Cuiabá, o artista disse em entrevista ao Jornal MidiaMAIS que a arte do Estado perdeu uma grande referência.
“A arte sul-mato-grossense perde uma grande figura histórica. Ele [Ilton] teve um papel muito importante na arte aqui no Estado. Ele foi um dos primeiros artistas que se uniu com outros artistas para fazer um movimento”, disse Humberto, referindo-se ao movimento da Associação Mato Grossense de Arte, que aconteceu ainda quando os estados de MT e MS se quer haviam sido divididos.
Sobre a convivência com Ilton, Humberto revelou que trabalhou com o artista quando ambos eram jovens, nos anos de 1960. A comunicação entra os dois se distanciou com o tempo, mas sempre houve admiração e respeito entre os profissionais.
“Sempre achei o trabalho dele maravilhoso, ele foi um super criador. Ele tinha uma qualidade de pintor que pintava todos os dias e isso era maravilhoso”, finalizou.
Translado
Familiares do artista plástico e escultor Ilton Silva, que morreu neste sábado (23) aos 75 anos, conseguiram ajuda para fazer o traslado do corpo do artista de Itapoá (SC) para Campo Grande, onde ele será sepultado.
Após a morte, a família usou as redes sociais para agradecer o apoio da população e informar que a Fundação da Cultura se comprometeu em arcar com os custos do traslado.
O velório acontecerá no Museu de Arte Contemporânea (Marco) e conforme informações da pax plantonista, corpo irá chegar nesta terça-feira (26) e sepultamento acontecerá na quarta (27) no Cemitério Santo Amaro. “Obrigado à Fundação de Cultura, ao Marco, à Confraria Sociartista e a todos os amigos”, diz a família, em comunicado.
O artista plástico morreu na manhã deste sábado (23) em um hospital no pequeno município de Itapoá, Santa Catarina, onde morava há vinte anos e vendia suas obras. Ilton estava internado desde a última quarta-feira (20) tratando uma suspeita de tuberculose, pneumonia e anemia.
Carreira de sucesso
O pintor teve uma trajetória de grande relevância para a cultura sul-mato-grossense. Em 1967, participou da fundação da AMA (Associação Mato-Grossense das Artes), que revelou grande artistas plásticos no Estado antes mesmo de sua divisão.
O talento para a pintura e escultura vem de berço. Ilton foi filho de Conceição dos Bugres, escultora que criou os famosos Bugrinhos, e seu pai era Abílio Antunes, marceneiro habilidoso que continuou a produção dos Bugrinhos após a morte de Conceição.
Ilton já expôs na Argentina, Alemanha, Portugal e Estados Unidos. Obras suas também podem ser encontradas no acervo do Marco (Museu de Arte Contemporânea). Suas obras são reconhecidas internacionalmente por suas cores vivas, principalmente as das mulheres multicoloridas.
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