Há 13 anos a praça localizada na Rua Dias Ferreira, no bairro Coophafé, é endereço certo em Campo Grande para quem busca uma alternativa de lazer gratuito. Sempre no segundo domingo de cada mês, a quadra é preenchida por música, comida, artesanato, teatro e exposições de arte.
O local já aparenta estar pequeno para o público, o entorno da praça em domingos de Feira da Bolívia é abarrotado de carros, chega a ser difícil encontrar um lugar para estacionar. A procura é compreensível, já que a praça guarda um ambiente familiar com crianças brincando, cantigas de roda, espetáculos teatrais, muita comida típica e diversão.
Samuel Kaywá, de 35 anos e Thais Camila, de 30 anos, são expositores na feira há um ano e frequentadores há muito tempo. Samuel relata que o que mais atrai no local é o ambiente familiar e a união das pessoas que frequentam.
O casal vende mel e derivados produzido em sua própria chácara, eles contam que vendem apenas nessa feira e que a vontade surgiu por já frequentarem o local.
“É uma feira cultural né, um espaço para as pessoas virem pra rua, ocuparem o espaço. Outras feiras não têm esse ambiente familiar e gostoso, aqui é acolhedor”, afirma Samuel.

O grupo Cia de Brincantes, que participa da Feira desde 2012, leva brincadeiras tradicionais e cantigas de roda para a praça. Uma das participantes, Ramona Rodrigues, de 47 anos, conta que a companhia nasceu da vontade de levar para rua as oficinas que já existiam no ateliê do grupo.
Em uma roda com instrumentos musicais, arte-educadores e artistas cantam e dançam com as crianças que visitam o local.
Indianara Obregon, de 37 anos, e seu irmão João Alfredo, de 30 anos, vendem temperos, chás e artes feitas com plantas na Feira da Bolívia há sete anos.
João afirma que a feira e ótima, e esse ano em especial a participação está muito maior.

“A energia é boa, desde a pessoa mais humilde até a mais poderosa, todas estão no mesmo nível aqui, por isso eu gosto”, responde Indianara, quando é questionada sobre o que mais gosta no evento.
Primeira vez
Mesmo existindo há 13 anos, a Feira da Bolívia atrai visitantes de primeira viagem. Valdete Silva, de 63 anos, visitou o local pela primeira vez na edição desse domingo (10) e diz que está ‘encantada e não imaginava que era tudo isso’.

“O campo-grandense precisa prestigiar tudo isso. Domingo não é dia de preguiça, é dia de sair e encontrar os amigos”, afirma Valdete enquanto cumprimenta conhecidos.
A escritora Fernanda Campos, de 20 anos, conta que é a segunda vez que visita o local, e que acha o evento uma alternativa à falta de opções culturais da cidade.
“Tem banda ao vivo, é uma feira bonita, grande, o espaço cultural tá complicado em Campo Grande e essa é uma ótima alternativa”, comenta Fernanda.
Exposição Fotográfica

A Feira da Bolívia tradicionalmente traz uma exposição fotográfica em suas edições, a desse domingo foi da fotógrafa e jornalista Fernanda Nogueira, de 22 anos.
A exposição ‘Além dos Holofotes’ retrata bandas locais em seus shows. Fernanda conta que a paixão pela fotografia surgiu durante a faculdade e que nunca mais ‘largou’.
“Eu adoro música, mas não toco nada, minha forma de transmitir a música é através da foto”, afirma Fernanda ao descrever seu trabalho que pode ser acompanhado pelo Instagram @Fotonopalco
A Feira
Ingra Flores, de 34 anos, participa do grupo folclórico tradicional boliviano T’IKAY, que coordena a festa desde 2009, e conta que a iniciativa surgiu da vontade de fazer um evento que pudesse trazer um pouco da cultura boliviana para o cotidiano da Capital e integrar as pessoas.
Hoje a feira conta com cerca de 160 expositores divididos em áreas – artesanato, arte, comida e música – e apesar de não existir um levantamento oficial, Ingra estima que aproximadamente 2 mil pessoas frequentem o local a cada edição.