Para poder enxergar cores, Henrique lança curso e ganha até minidoc ‘dramático’

Henrique fará curso de macramé para custear despesas

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Henrique fará curso de macramé para custear despesas

Por mais incrível que pareça, Henrique descobriu daltonismo só aos 22 anos (Reprodução)

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O diretor de arte Henrique Fernando Paim Almeida, de 28 anos, é daltônico. Devido a um problema genético, ele não enxerga todas as cores, pelo menos não da mesma maneira que a maioria das pessoas. No caso de Henrique, ao invés de enxergar o verde, a cor adota tons de marrom e às vezes ele confunde algumas cores, como o vermelho. Em resumo, é como se todo o mundo tivesse menos diversidade.

Henrique diz que até lida bem com isso, mas desde que descobriu que existe uma marca de óculos desenvolvida especialmente para daltônicos, compatível com seu tipo de daltonismo e que permite enxergar as cores na normalidade, Henrique não sossegou. Ver as cores como as outras pessoas agora é questão de honra. Mais que isso, na verdade. Por ser diretor de arte em uma agência de publicidade, os óculos seriam uma importante ferramenta de trabalho.

“Antes de descobrir que eu era daltônico, eu simplesmente pensava que eu não sabia combinar cores porque eu era distraído… Porque homem não se liga muito com isso de cor… Ou porque eu era ruim nessa área, mesmo. Mas depois que eu entendi que não era uma questão de gosto, bate uma frustração, às vezes”, brinca Henrique.

Diagnóstico por acaso

O mais curioso, no entanto, é que o diretor de arte só descobriu ser daltônico aos 22 anos e totalmente por acaso: Henrique já enfrentou e superou um câncer há alguns anos e enquanto fazia o tratamento, chegou a passar mal e caiu no chão com um copo de vidro na mão, que quebrou e atingiu seus olhos.

“Fui ao oftalmologista ver se ficou alguma lesão e ele começou a fazer alguns testes de cor. Ele apontou para uma cor e perguntou o que eu via. Eu disse: verde. Aí ele apontou outra e eu disse: verde também. Ele disse que eu tinha errado e perguntou se eu era daltônico. Eu disse: claro que não”, conta. “Ele terminou os testes e falou. Você é daltônico, sim”, relata.

No minidoc, Henrique toma 'bronca' do chefe por ter confundido cores (Reprodução)

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O diagnóstico tardio foi como um choque para Henrique. “É até engraçado contar, porque aí muita coisa passou a fazer sentido. Quando eu era pequeno eu nunca conseguia acertar as tarefas de colorir desenhos do jeito que a professora pedia e eu achava simplesmente que eu era distraído”, destaca.

A carteira de motorista, a propósito, foi possível porque os exames ocorreram numa localidade no interior do Paraná, onde os testes claramento foram menos rigorosos e o daltonismo – ainda não diagnosticado – passou incólume aos olhos do médico. “Passei a entender melhor porque às vezes eu avançava o sinal vermelho, sempre estava passando susto. Basicamente, tudo se encaixou”, aponta.

 

 

Para ver as cores

Tudo mudou quando um colega de trabalho mostrou um vídeo de um jovem que ganhou de presente os óculos ‘mágicos’, que consegue corrigir alguns tipos de daltonismo. “Foi um vídeo que me emocionou e que me fez muito querer ver as cores como as pessoas dos vídeos. Primeiro fiz uma vaquinha normal e arrecadei cerca de R$ 200 e acabei desistindo. Mas, como trabalho com publicidade, um amigo do marketing sugeriu fazer um curso e vender, pois eu ganharia mais que com doação”, explica.

Assim surgiu o minidoc, que na verdade é uma forma jocosa de anunciar um curso de macramê, uma nova febre no mundo da decoração, que nada mais é que uma técnica de tecelagem manual de fios, que possibilitam uma infinidade de formas decorativas, como cortinas, suportes para vasos e muito mais.

Henrique com a esposa e a filha. Ele também joga futebol americano (Arquivo pessoal)

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“O Pedro Melo que produz os filmes da agência teve a ideia de fazer o minidoc. A gente usou um tom meio dramático e engraçado, pra chamar a atenção e ficou bem bacana. Agora estou gravando os vídeos do curso. Uma parte pelo menos vai dar certo e eu acho que vai ser uma experiência bacana. Com o dinheiro do curso, que vai ser on-line, eu vou financiar esses óculos e realizar esse sonho”, explica Henrique, que tem uma filha.

“Eu vou gravar um vídeo da primeira vez que eu colocar os óculos, eu acho que minha reação será totalmente imprevisível, mas pelo menos vou me emocionar e chorar muito quando eu ver o mundo com as cores que ele realmente tem”, conclui.

Para ficar por dentro do curso, Henrique pede que deixe o endereaço de e-mail NESTE POST de seu Facebook.

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