No salão de Paula, cliente se sente em casa e gatos estão ‘à disposição’

Salão aposta na arte de receber bem como diferencial

Neste salão da cabeleireiro, não tem revistas de celebridades, fila de espera e nem gente falando alto. Pelo contrário: o cliente atendido com hora marcada é recepcionado com chá, música boa, tranquilidade e carinho dos gatos, enquanto contempla o gramado verdinho, no quintal que também dispõe de árvores e até horta. Os cortes não têm pressa e são sempre em horários alternativos. Ah, e o ambiente é 100% livre de preconceitos.

A ideia inicial para o salão, quando Paula ainda cortava de graça para ganhar experiência, era atender as clientes em domicílio. “Mas, depois de tantas pessoas virem aqui e elogiarem o espaço, a gente entendeu muito rápido que ir ao salão é uma oportunidade da pessoa desligar daquela rotina. Então todo o nosso esforço foi transformar o salão, que fica na nossa casa, num espaço agradável também a quem chega”, conta Paula.

Além de receber bem, a preocupação é que os clientes saiam do espaço exatamente do jeito como imaginavam. “A primeira pergunta que eu faço é o que a pessoa quer para o cabelo. E se ela pede para cortar um dedo, eu corto exatamente um dedo. Uma coisa que a gente sempre lembra é que ficávamos com raiva quando saíamos do cabeleireiro, porque não ficava do jeito que a gente queria ou porque o cabeleireiro não era honesto sobre as possibilidades”, destaca a cabeleireira.

Gatos que recepcionam

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Margot, Ringo e o Miguel são os pets da casa. Tudo bem que o Miguel é mais assustado e costuma ficar escondido quando chegam estranhos, mas Margot e Ringo são um xodó. “Eles fazem parte da casa. Nosso negócio é um convite para a troca, para compartilhar momentos, e eles fazem parte disso. Só uma pessoa disse que não gosta de gatos, mas no geral eles não atrapalham muito. Só uma vez que a Margot subiu no balcão e passou o corte inteiro lá dormindo enquanto a Paula cortava”, brinca Stephani.

Ela, a propósito, comanda as redes sociais do salão. “A maioria das clientes vêm pelo Instagram e Facebook. E a gente gosta de colocar o ‘antes e depois’ dos cortes, quando os clientes autorizam”, conta Stephani.

“Muitas ideias vieram dela. A playlist foi uma delas”, menciona Paula, sobre uma das ‘cerejas do bolo’ do salão, a playlist colaborativa, cuja proposta é retratar um pouquinho de cada cliente. “Começamos a enviar pedidos de indicação de música aos amigos, clientes e pessoas que nos apoiaram no início, para a gente montar uma playlist que contemplasse todo mundo, que fosse a cara do nosso negócio. E aí a gente chegou numa lista bacana, com músicais atuais, antigas, porque temos clientes de todas as idades, desde senhoras a crianças”, conta Stephani.

Clientes fieis

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Com pouco mais de dois meses em pleno funcionamento, o salão de Paula e Stephani atende em horários alternativos – sempre após as 18h durante a semana e aos sábados e domingos, com hora marcada – e já dispõe de clientes fieis, que vieram ainda na fase de experiência de Paula. Outras, no entanto, foram ‘conquistadas’ pelo jeitinho das empreendedoras.

“Esses dias a filha de uma amiga, a Céu, de 3 anos, veio aqui. Ela tinha passado a semana inteira falando em cortar o cabelo, mas quando chegou no salão começou a chorar. Acho que deu medo, mas a gente a colocou para desenhar no quadro, depois fizemos pipoca e ela aceitou que cortasse o cabelo”, conta Stephani.

“Outra vez foi uma cliente que veio cortar o cabelo e depois trouxe o marido para cortar também. E ele estava com os trigêmeos. Foi demais, eles brincaram pela casa inteira, brincaram no gramado, na horta, com os gatos. Foi divertido e agradável. Porque além de fazer um bom serviço, a gente gosta de receber, e receber bem”, conclui Paula.

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