No Muro da Gentileza, cabe, além de roupas, o exercício da solidariedade
Iniciativa permite doações e recolhimento de peças de frio
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Iniciativa permite doações e recolhimento de peças de frio
A Sociedade Pestalozzi, entidade que atende crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual ou transtorno neuromotor, decidiu colocar em prática uma nova experiência de solidariedade em Campo Grande: o Muro da Gentileza. O projeto foi inaugurado hoje (14) e já mostra que veio para ficar.
A ideia da iniciativa é justamente estimular a cooperação de pessoas. Para tanto, podem ‘vestir’ o muro da instituição com roupas de frio, cobertores, calçados e outros utensílios que ajudam a aquecer o corpo em tempos gélidos como agora. Daí, quem estiver precisando de algo basta passar no local e recolher uma peça.
“A proposta foi levada em uma reunião de diretoria, que adorou. Foram cerca de 30 dias, apenas, da ideia inicial até a prática. Fizemos até um projeto com os alunos, dentro da sala de aula, de alguns desenhos. Os mais bacanas foram escolhidos e junto com o professor de artes, eles pintaram o muro”, revela Eduardo Meyer, coordenador de comunicação que atua há 10 anos na entidade.
No local, já se contabilizaram dezenas de pessoas trazendo doações. “Existe uma comoção muito grande da sociedade, o que é muito positivo. Mas, nossa ideia não é simplesmente uma campanha do agasalho, a gente não quer controle. As pessoas precisam ter um bom senso nesta iniciativa, até porque o muro é vitalicio. Ele vai ficar aí, no verão, na primavera, no inverno…”, conta Meyer.
De forma geral, para participar do projeto Muro da Gentileza, basta comparecer à sede da entidade e colocar no muro as pessoas que deseja doar. “Umas colocam o que estão doando, outras levam o que precisam. Nao é só roupa, o que quiserem doar de objetos, e fica por conta do bom senso das pessoas de levar apenas o que precisam. O que a gente quer é trabalhar isso na sociedade: a solidariedade, a gentileza”, afirma.
Apesar da nobreza da iniciativa, é praticamente inevitável a interferência de pessoas que agem de má fé. “Sempre tem alguém, né? De tantas pessoas que já passaram aqui, uma ou duas que agiram de má-fé”, revela.
‘Gentileza gera gentileza’
Para o professor e artista plástico Pablo Oliveira, que atua há 2 anos e meio na instituição, a gentileza é um exercício e precisa ser trabalhado entre as pessoas, inclusive em sala de aula. “Estou aqui com algumas ideias, algumas mães deram sugestões. Para nós, tudo ainda é novidade, tudo vai sendo aprimorado. mas essa já é uma realidade que trabalhamos em sala de aula.
Segundo ele, os desenhos, outras ações lúdicas e até o projeto do Muro trabalham alguns aspectos humanos. O primeiro seria a gentileza emocional pelas trocas afetivas. “Aí teve uma postura legal dos funcionários, porque através do exemplo você consegue ter uma referência, um olhar, uma admiração. Ninguém gosta daquilo que não conhece, aquilo que você não sabe”, explica Pablo.
Já a segunda coisa é a gentileza material – a troca de objetos que muitas vezes acumulamos e não temos serventia, mas que são úteis a outras pessoas. “As roupas, por exemplo, você compra uma, compra outra, e mais outra e vai estocando. Daí a maioria você nem usa mais. Então, porque não desapegar daquilo? Porque não doar?”, conclui o professor.
Os organizadores afirmam, ainda, que há a ideia do muro itinerante, já que a movimentação na sede da Pestalozzi é limitado.
Serviço – O Muro da gentileza fica na seda da Associação Pestalozzi de Campo Grande (Rua Pernambuco 1253 – Vila Rosa). Outras informações pelo (67) 3316-7613.
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