Espetáculo tem entrada gratuita

Há cerca de 20 anos o mundo via-se diante de um novo paradigma: com o surgimento da internet, a rede de informações que transformaria definitivamente as formas de relacionamento humano, os diálogos e interações pessoais seriam, muitas vezes por dia, substituídos pela digitação de palavras e envio de fotos. Uma revolução interativa, na qual a proximidade é virtualizada. Quilômetros de distância tornaram-se segundos e megabites.

É de olho nessa revolução comportamental que a Cia. Dançurbana propõe FLUZZ seu novo espetáculo de dança urbana e contemporânea, que explora as relações e diálogos entre o corpo e a tecnologia. Aprimorado a partir de técnicas de improviso, a montagem tem estreia oficial nesta sexta-feira (2), às 20h, no Glauce Rocha, com entrada gratuita.

“Nossa pesquisa está diretamente ligada sobre como o corpo se comporta diante da tecnologia, como ele tem que fazer modificações para se adaptar a isso. Nos baseamos em diferentes aspectos da tecnologia: interação, participação, mídia sociais, entre outros. E nos inspiramos no autor Augusto de Franco, escritor e investigador da ‘Nova Ciência das Redes’, pesquisador que guiou nossos estudos, criação e nome do espetáculo”, conta Marcos Mattos, diretor e coreógrafo da companhia.

O corpo é o ponto de partida em FLUZZ. É ele quem aponta para as direções possíveis do espetáculo, que reúne seis atores – intérpretes-criadores, como a Cia. costuma designar. O corpo, ao mesmo tempo que é matéria, também é a expressão que comunica e promove as interações sociais, inclusive na era das redes sociais.

Durante os meses de montagem do espetáculo, a ideia do corpo como um fluxo tornou-se possível por meio da desconstrução dos paradigmas existentes, utilização do improviso e também da coreografia. Com isso, cada espetáculo pode ser único aos olhos do espectador. “Nosso processo de criação estudou o movimento, do corpo e no corpo. Utilizamos um referencial teórico bastante vasto, inclusive, autores como o Augusto de Franco, que até inspirou o nome do espetáculo. Nós nos focamos no corpo, recorremos à improvisação, imergimos cerca de quatro meses neste processo”, explica.

Trilha sonora e figurino

FLUZZ (Helton Perez/Divulgação)Destaque na montagem, a trilha sonora será executada ao vivo, pelo VJ Reginaldo Borges Soares. Ele também entra com sua sensibilidade artística e propõe, a cada apresentação, uma interação única entre o corpo dos atores e o som que vibra nas caixas. “O público verá cenas improvisadas e cenas coreografadas. Até por conta de uma referência muito grande das redes, do fluxo que se cria, da relação tempo e espaço, a improvisação tem muito disso, é aqui e, agora, as redes também tem isso, tem aquele aplicativo, por exemplo, em que você manda uma imagem que depois de certo tempo é apagada’, acrescenta Marcos.

O figurino, que recorre aos referenciais dos jogos, também é destaque na peça. “Dentro de um experimento que fizemos com um smartphone, percebemos que nós, enquanto usuários, sempre fazemos um recorte daquilo que queremos ver e nos inspiramos neste hábito para a concepção do figurino”, completa.

FLUZZ tem apoio da Lei Rouanet e conta com o patrocínio de O Boticário na Dança, Eletrobras, Furnas e Digitho Brasil, além de apoio da Sectei (Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação) e da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul). Depois da estreia oficial em , a Dançurbana segue com FLUZZ para (16 de setembro), Três Lagoas-MS (30 de setembro) e Corumbá (18 de novembro) – cidades que receberão as oficinas da companhia.

Serviço – Estreia do espetáculo ‘FLUZZ’, da Cia Dançurbana. Nesta sexta-feira (2), às 20 horas, no Teatro Glauce Rocha (Rua UFMS s/n – Cidade Universitária). Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados a partir das 19 horas no dia e local da apresentação. Outras informações pelo telefone (67) 99287-6433, pela fanpage www.facebook.com/paginadancurbana e pelo site www.dancurbana.com.br.