Veja a história da confeiteira que luta contra o câncer fazendo bolos e doces estilizados

“…o importante é você não pensar na doença”, diz Lúcia Karimata

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“…o importante é você não pensar na doença”, diz Lúcia Karimata

Ela é artista plástica, mas também é mãe, empresária e tem ‘mão boa’ para fazer bolos. Aliás, não só bolos, mas bolos decorados, enfeitados, bolachas estilizadas, docinhos artesanais e ah!, ela tem muito, mais muito amor pelo que faz.

Lúcia Karimata, 60 anos, há oito  dedicando seu tempo ao ateliê que montou para fazer suas encomendas de bolos para festas, casamentos e aniversários. Há menos de três anos, ela descobriu um câncer na língua, que foi curado, mas que veio a desenvolver uma metástase no pulmão. Não muito contente, porém fortalecida, dona Lúcia, que é católica, quis provar que é mais forte que a doença.

“Vejo-me hoje como uma mulher muito forte, porque a vida dá cada tapa na gente que se você não tem fé, você se abala e o importante é não pensar na doença…eu me sinto uma guerreira”, emociona-se.

Só para termos  ideia do quão guerreira nossa entrevistada é, ela saiu de São Paulo, onde nasceu, morou em Minas, Rio de Janeiro, Bahia, Natal, João Pessoa e chegou em Campo Grande, na década de 80. Segundo ela, ‘veio’ para ter mais qualidade de vida.

“Já tinha meu filho mais velho [hoje com 25 anos] e viemos porque meu marido investiu em terras e vim acompanhá-lo”, comenta.

A história dos filhos também foi outra provação. A doceira que nem sonhava em ser doceira, tentou por 10 anos, ter o primeiro filho. “Fiz tratamento para engravidar, naquela época, a ciência ainda não era tão avançada como é hoje, doía, mas não desisti e sou muito agradecida por ter conseguido ser mãe, e de dois”, conta.

Vida no ateliê

Só por aí, já se dá para ter ideia da luta pela vida que nossa entrevistada tem. Mesmo não tendo filha mulher, a amante das artes e delicadeza acompanha de perto toda a produção que faz junto das fiéis escudeiras que tem como filhas: Marli, Clotilde e Lucilene. “Ai da gente se não mostrar pra ela o contorno das florzinhas de cima dos cups cakes”, diz uma das meninas.

Enquanto luta contra o câncer, fazendo semanalmente a quimioterapia, Lúcia avisa que a demanda das encomendas diminuiu, mas que mesmo assim, continua a todo vapor. “Nosso carro-chefe ainda é o bolo de casamento e cada detalhe do bolo é feito minuciosamente por nós, isso demanda tempo, mas estamos aqui”.

Vale lembrar, que o carro chefe de seu ateliê foi parar na festa de casamento de um dos casais mais queridinhos da música sertaneja: Maria Cecília & Rodolfo. “O deles teve sete andares e quatro recheios; fiz também outros casamentos de filhos de políticos, onde fizemos, nós quatro [ela e as auxiliares] quase 300 minibolinhos de dois andares, dá trabalho, mas é gratificante”, relata.

Quanto às bolachas estilizadas, dona Lúcia diz que aprendeu num curso em São Paulo. Da composição, amêndoas, farinha, água e para a decoração, usa açúcar de confeiteiro e tinta comestível.

E ao responder a última pergunta do Jornal Midiamax que se referia à medida de felicidade, a querida Lúcia disse: “felicidade é você respirar, ter amigos, acreditar em Deus e amar sempre o que faz”.

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