Durante todo o dia as ruas de 17 cidades de oito Estados serão tomadas por arte e cultura

Se essa rua fosse sua, fosse minha…como ela seria? Cinza? Cercada por grades? Que som ela teria? O de sussurros angustiados de relatos violentos? Não, esta certamente não seria a minha, e também não é a de muita gente Brasil a fora. É por isso, que este sábado (27) foi escolhido pela Rede Brasileira do Teatro de Rua como o dia da Tomada do Brasil pelas Artes Públicas.

Durante todo o dia as ruas de 17 cidades de oito Estados serão tomadas por arte e cultura. Em Campo Grande a programação começa ao meio-dia com o cortejo do Teatro Imaginário Maracangalha. As atividades, que seguem até as 18 horas, estarão concentradas na Praça Ary Coelho.

Neste sábado, a morte de Lua Barbosa, atriz e produtora de Presidente Prudente, São Paulo, completa um ano. A jovem foi vítima de um tiro disparado por um policial militar quando a moto em que ela estava com o namorado furou uma blitz que era realizada na Avenida Joaquim Constantino.

“Ocupar sempre é importante para reafirmamos o que é nosso. Mas ocupar diante do caos com toda a cidade em greve, diante de todas as pautas emperradas pelos vereadores que se omitem diante do caos, não é só um ato de resistência, mas um ato de amor. Amar em tempos de caos já é um ato revolucionário e nós como provocadores tentamos a todo o momento despertar as pessoas do sono profundo. É ocupar para mudar”, diz o artista Renderson Valentim do Teatro Imaginário Maracangalha que organiza as atividades em Campo Grande.

Para ele, além de ser um dia de protesto pela morte de Lua, a luta é por todas as mortes por violência no Brasil.  Por aqui, participarão das atividades os grupos Camuanga de Angola – Mestre Pequeno, Coletivo VDL – Nova Lima, Coletivo La Firma – Nova Lima,Coletivo Terra Vermelha , Rede Unida, Teatral Grupo de Risco, Escola de Curimba e quem mais aparecer por lá. Que as nossas ruas se pintem de arte!