No livro da vida ela guarda memórias, bate-papos e postagens da história de amor

Com ele a cerimonialista descobriu o poder do sentimento e pôde se curar de uma perda

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Com ele a cerimonialista descobriu o poder do sentimento e pôde se curar de uma perda

Há um ano ela perdeu o amor da sua vida. Mas não o amor pelo casamento. Aos poucos juntou seus cacos, ou melhor, os papos e comentários partilhados pelos dois em redes sociais e fez deles o livro que chama de “Minha Vida”. A ele recorre para reviver os trechos favoritos como o dia em que marcaram o primeiro encontro, a primeira declaração de amor pública ou a despedida carinhosa de um dia qualquer. Depois fecha! Afinal, há muitos sonhos a realizar e ser a fada-madrinha das histórias de amor de tanta gente não é coisa fácil.

É assim que vive a cerimonialista Iara Rodrigues que confiou ao MidiaMAIS a sua história. Antes de tudo, devemos alertar que não se trata de uma história triste, mas sim de uma linda história de amor que como todas, têm um quê de tristeza.

Apaixonada pelo que escolheu como profissão há cinco anos, Iara já perdeu as contas de quantas cerimônias tornou realidade. Muitas delas realizadas sem que tivesse em si a certeza do poder da paixão. Foi preciso viver uma vida inteira em apenas nove meses para, de fato, acreditar no amor.

“Eu nunca sonhei em me casar. Sempre fui muito focada em mim, no meu trabalho. Achava que não era coisa para mim”, nos conta como quem relata as cenas de que mais gosta em seu filme favorito. Tudo mudou quando os cumprimentos cordiais entre ela e dono da banca de revistas que ficava logo ali, a uma quadra de seu escritório, se tornaram mais íntimos até que depois de vários meses surgiu o convite para um passeio.

“Nós saímos para comer alguma coisa e quando deu 11 horas [da noite] a irmã dele ligou perguntando por que ele não estava em casa. A família toda estava reunida lá. Ali, notei que ele era diferente”, lembra sorrindo.

Poucos dias depois, os dois já trocavam juras de amor e faziam planos para um futuro juntos. “Foi muito intenso. Eu nunca imaginei viver aquilo.” Certo dia, tomada pela racionalidade que sempre lhe acometeu, pediu calma e teve como resposta a certeza de que encontrara o amor de sua vida: “Calma é o que mais tenho. Esperei por você por 45 anos”, se derrete ao lembrar.

Juntos, os dois viveram todas as datas que consideramos importantes. Comemoraram seus aniversários, celebraram o Natal e o Ano-Novo. Certo dia um câncer foi diagnosticado e em poucos meses, cercado pelas pessoas que mais amava, a história de Ivânes Rodrigues teve seu fim.

“Não posso mentir. Dizer que não pensei em desistir dos casamentos, abandonar tudo isso. Eu pensei, sim. Se não vou me casar, por que realizar o casamento dos outros?”, pensou após a morte do compannheiro. A revolta durou um instante só e em pouco tempo estava lá novamente auxiliando e vivendo o sonho de suas “noivinhas” como se refere às clientes que se tornam suas amigas íntimas.

“O primeiro casamento depois de tudo foi muito difícil. Mas entendi que a história que vivi era exatamente o que precisava para acreditar no amor. Amo ainda mais a sorte de poder ajudar a realizar esses sonhos. É uma paixão muito grande”, constata.

Ainda com o livro de suas memórias entre as mãos, Iara explica que o processo de apanhar todos os rastros virtuais deixados pelos dois era uma necessidade de manter a história viva, mas se tornou um belo registro de amor. “Eu tenho carinho, amo isso tudo. É a minha história. E ele tem me ajudado a encarar tudo isso. Quando me sinto triste e com saudade, o abro e revejo como foi tudo tão bonito. Isso basta para ter a certeza de que tenho muita sorte por ter vivido essa história”, nos conta sorrindo satisfeita.

Se viverá mais uma vez uma paixão de tamanha intensidade, não sabe. A ela, e a nós também, resta o encanto pela história de amor que pouquíssimas pessoas têm a sorte de viver e gerir, mesmo que por apenas nove meses. Fim desta história, afinal, há muitos casamentos a fazer e milhares de folhas em branco para preencher.

 

 

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