Mais que paixão, divulgar o chamamé é a missão que eles escolheram levar adiante

19 de setembro é comemorado o dia do ritmo

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19 de setembro é comemorado o dia do ritmo

O amor pelo chamamé começou dentro de casa. Wilson Taveira Junior, 43 anos, é filho de um entusiasta da música e cresceu cercado por chamamezeiros. Tatiana Lopes Baungarten, 41 anos, é filha de paraguaios que sempre foram envolvidos na cultura do chamamé. Com tudo isso, o destino não poderia ser diferente. Hoje, os dois dividem a condução do Centro Cultural do Chamamé em Campo Grande e são peças da resistência do ritmo em Mato Grosso do Sul.

De acordo com Taveira, atrair a parcela jovem dos campo-grandenses não é tarefa fácil. Pelo contrário, é uma luta diária dos envolvidos. “O chamamé é muito presente na vida dos mais velhos, mas os jovens ainda apresentam resistência diante do ritmo”, conta.

Para se aproximar deste grupo, Tatiana criou a página no Facebook “Amo Chamamé”. Nela, Tatiana posta entrevistas, músicas e textos sobre a história do chamamé. “Quis aproveitar a tecnologia, a conectividade dos jovens para apresentar conteúdos sobre o chamamé”, explica ao dizer que as coisas ainda caminham a passos lentos.

Em uma vista ao centro, a dupla nos mostrou o prestígio e acerco que o reduto do chamamé na Capital conseguiu ao longo dos 8 anos. O centro cultural de Campo Grande foi o primeiro dedicado ao ritmo de Corrientes construído fora da Argentina.

“Recebemos vários prêmios e convites para intercâmbios. A partir da lei que tornou 19 de setembro o Dia do Chamamé conseguimos mais visibilidade também”, explica Taveira que ao lado de Tatiana, sonha em colocar o local para funcionar de vez.

Em formato de oca e com ótima localização, o centro – que foi construído com recursos próprios – segue subutilizado. “Realizamos o sarau mensal, todo dia 19. Mas a ideia é que tenhamos aulas de acordeon, oficinas e outras atividades. Para movimentar e atrair o público mais jovem”, explica Tatiana.

Quem passa pelo Bairro Chácara Cachoeira dificilmente sabe que por ali existe tal centro. “É ruim isso, né? Tudo isso foi conquistado com esforço próprio e a gente tem uma verdadeira paixão por esta história. Gostaríamos que houvesse mais visibilidade.”

Mais que paixão, divulgar o chamamé é a missão que eles escolheram levar adianteO formato da construção, eles explicam, é uma homenagem à origem do ritmo, diretamente ligada à cultura indígena. “O chamamé tem sua origem com os indígenas. Depois se tornou o ritmo dos povos rurais. De quem vivia no campo e migrou para trabalhar nas fazendas de erva-mate”, conta.

Para a comemoração do Dia do Chamamé, o grupo preparou um sarau especial. A entrada é um litro de leite. O total arrecadado será doado para uma instituição de caridade de Campo Grande.

Chamamé

Nativo da província de Corrientes na Argentina, sua história se confunde com a da polca paraguaia e da guarânia ritmos irmãos do chamamé. Ao Brasil, chegou por influência paraguaia a Mato Grosso do Sul e adentrou no sul do país por conta da proximidade com a Argentina. “Mais tarde esses gaúchos vieram para MS e então fundiu essas duas influências”, conta Taveira.

 

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