Junto desde a adolescência, casal constrói diariamente o próprio ‘felizes para sempre’
Maryellen e Walisson estão juntos há 6 anos
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Maryellen e Walisson estão juntos há 6 anos
O amor. Ah, o amor! Aquele sentimento intenso que nos deixa sorrindo à toa e que nos faz ver tudo mais colorido e divertido, que nos deixa até meio bobo e sem razão, às vezes. Amor, que tem de todos os tipos: de quem se encontra na semelhança e, principalmente, o de quem se completa nas diferenças. O amor. Ah, o amor! Aquele bicho de 3, 7, 9 ou 12 cabeças que adoramos acarinhar. Afinal, com o respeito da licença poética, mas quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
Foi mais ou menos assim, meio sem razão e regido pela emoção, com Maryellen Fagundes, 21, e Walisson Leite, 24. Junto há 6 anos, o casal viu o sentimento nascer, criar formas e florescer de forma arrebatadora, com um ‘felizes para sempre’ que não procede simplesmente o ponto final, mas que vai sendo construído a cada novo dia.
A história de Mary e Walisson começou nas ruas do Jardim Imá, onde ele sempre passava de bicicleta, em frente da casa dela. Sim, bicicleta era o meio de locomoção do jovem garoto tinha por volta dos 16 anos. Mas, para Maryellen, um automóvel do ano não tinha importância alguma diante do olhar daquele que já despertava seu interesse, mesmo sem ao menos saber quem era. Amor não era interesse, era querer e buscar incansavelmente o contraditório. “Eu dizia pra mim mesma: Esse menino é muito lindo, um dia ainda fico com ele”, lembra ela.
Certo dia, Mary descobriu que ela e o “menino lindo” tinham amigos em comum. Bingo! Seria essa a chance de uma aproximação? Quem sabe?! Se fosse, o destino faria as vezes de cupido. Até que em uma tarde de algum dia do ano de 2009, a adolescente e sua turma decidiram fazer um passeio. O destino escolhido foi a Base Aérea de Campo Grande, durante uma das edições do Projeto Portões Abertos. Regidos pelo acaso (ou pelo destino?), os jovens finalmente se encontraram.
Um cumprimento tímido, um sorriso sem jeito. Em seguida, ela logo já foi apurar sobre o rapaz que, sem ter feito muita coisa, já a deixava balançada. Depois da rápida especulação sobre ele, veio a surpresa: Wallison também já havia reparado nela! E mais: queria provar o beijo da menina que há tempos o observava pedalando pelas ruas do bairro.
Mas como toda história de amor tem sua dificuldade no decorrer da trama, para Walisson e Mary a coisa não foi diferente. Um primo superenciumado e protetor estava na roda de amigos policiando tudo o que acontecia. Foi quando agiram como um time pela primeira vez para que o tão esperado primeiro beijo pudesse acontecer sem surpresas desagradáveis. Discretamente, eles escaparam do grupo e pronto! Um cantinho escondido na Base Aérea se transformou no cenário perfeito para que o conto de amor protagonizado pelo casal começasse a ser escrito. Mão suando, voz falha, olhos nos olhos e finalmente os lábios se encontraram. O primeiro de muitos beijos finalmente aconteceu.
Dali em diante
Depois do primeiro beijo muita coisa aconteceu. Muita coisa mesmo! Até o pedido de namoro, feito no mesmo ano, no dia dia 31 de maio. Sorrisos, felicidades, até que entram (e saem) as idas e vindas do amor. Dizem que de perto ninguém é normal, ou melhor, que de perto nenhum amor é perfeito, aquele elemento que, cá entre nós, dá emoção a qualquer história. Juntos, Mary e Walisson passaram por essa montanha russa de emoções: desentendimentos, brigas, reconciliações e, claro, os coadjuvantes: uma mãe coruja que não descuidava da filha e que deu muito trabalho para Walisson. “Ela não deixava eu dormir na casa dela, nem ela dormir na minha. Às vezes, quando ela não dormia em casa, eu ia pra lá escondido”, revela o jovem. “Mas isso era muito difícil”, conta ele, tentando aliviar a barra na história que vai sair no jornal.
Dali em diante o tempo passou. Um… dois… três… quatro anos de namoro até o noivado que aconteceu em agosto de 2013. A mãe da Mary, bem, essa continuava proibindo o genro de dormir com a amada. A sorte foi que o amor era grande o suficiente para que os dois quisessem completar o ciclo e finalmente trocar alianças e começar a construir uma vida a dois.
‘Um pé atrás’ e outras conspirações
Preparativos para o casamento em andamento e surge a primeira surpresa desagradável, que veio meses antes do grande dia. A insegurança e pouca idade fizeram com que Walisson desistisse do matrimônio e partisse, pela primeira vez, o coração da amada. Aí, só com calma e um pouco de intervenção divina para contornar a situação. “Quando ele disse que não queria mais, eu entrei no meu quarto e rezei. Pedi pra Deus que fosse feita a vontade dele e que eu não sofresse. Passou meia hora e ele me ligou, dizendo que algo tocou no coração dele e que eu era a mulher da vida dele”, recorda Mary.
Com a crise superada, era a hora de dar continuidade aos preparativos para o casamento. Falta dinheiro daqui, arruma dali, escolhe vestido em um dia, liga convidando os parentes de longe no outro, cabelo, maquiagem, aquele roteiro manjado, mas necessário para a cerimônia do amor. Até que o grande dia chegou: 31 de maio de 2014, coincidentemente o último dia do ‘mês das noivas’ e exatamente cinco anos depois do início do namoro.
Decoração da igreja no jeito, bufê sendo preparado no capricho. Tudo estava no lugar certo, exceto um buraco, que surgiu no caminho e que acabou fazendo Walisson perder o controle da motocicleta onde a noiva também estava. Tudo isso a apenas 10 horas da cerimônia. Desistir? Remarcar? Adiar? Isso nem passou pela cabeça dos dois! inclusive, Maryellen teve até forças para discutir com o bombeiro que a atendeu. “Ele dizia para eu desmarcar, que o que importava era minha saúde, mas eu não queria saber, queria era sair dali e me arrumar para o meu casamento”, diz ela.
Remédios tomados, curativos feitos, a correria foi geral até o grande momento… que seria bem melhor se uma TEM-PES-TA-DE não tivesse despencado do céu. Ah, queridos leitores, para quem já tinha enfrentado ciúme de primo, proteção de mãe, desistência, falta de dinheiro e até um acidente de moto que deixou o joelho arrebentado, a chuva era apenas um pequeno detalhe. Uma benção de Deus, talvez, para tirar as ‘urucubacas’ que, francamente, estavam deixando a linda história meio sombria.
Enfim casados!
“Para mim nosso casamento foi uma vitória, afinal, batalhamos tanto, passamos por altos e baixos e mesmo com todas as dificuldades eu sou muito feliz ao lado dele”, diz Mary, enquanto segura a mão do, agora, esposo. “É com ela que eu quero constituir uma família, um lar. Eu e a Mary amadurecemos juntos a cada dia e o mais importante é que somos muito felizes”, completa Walisson. Diante da cena e da história que ouvi, ficaram duas certezas: primeiro, que o amor é lindo. E segundo, que mais uma vez a vida imitou a arte, porque “ele completa ela, e vice-versa, que nem feijão com arroz”.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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