Arrecadação foi feita pelo site Vakinha e terá nova etapa

Lembra do rapaz que começou uma campanha para arrecadar água para ajudar a cidade de Governador Valadares (MG), cujo abastecimento de água foi afetado pelo desastre em Minas Gerais? Guilherme Martins, 33, já cumpriu a primeira parte da campanha, fornecendo à localidade 280 galões de água (equivalentes a 5.600 litros). Neste sábado (21), ele se deslocou a Governador Valadares partindo de Ipatinga, distante 110 Km da cidade, com mais três amigos, e realizou a entrega da água no Quartel Tiro de Guerra, que coordena o comitê de distribuição de suprimentos junto à Defesa Civil da localidade.

Até o momento, foram arrecadados R$ 8.590 na campanha, cuja expectativa inicial era de apenas R$ 1 mil, ou seja, a expectativa da campanha foi completamente superada. Guilherme ainda aguarda a confirmação de mais R$ 3.094, cujos pagamentos foram realizados por meio de boleto bancário.

“Nós decidimos dividir em duas etapas porque o abastecimento de água em Governador Valadares já está sendo retomado, apesar da água ser barrenta e não dar para beber. O que levamos hoje é água potável. E como  detectamos que algumas outras pequenas cidades também enfrentam problemas com abastecimento, vamos contemplá-las na segunda etapa”, explica. Algumas das cidades são Naque, Cachoeira Escura (distrito de Belo Oriente), Periquito, Pedra Polida e Baquari, todas em Minas Gerais.

Para a primeira etapa, Guilherme fez várias pesquisas e orçamentos e conseguiu negociar R$ 7 mil entre frete e os galões. “O fornecedor foi muito generoso, porque além de cobrar do frete apenas o diesel, ele nos deu desconto na água e também aceitou receber o pagamento só em 15 dias, que é quando o site da campanha vai repassar o dinheiro”, explica Guilherme.

Filas e barro

Rio Doce virou 'mar de lama' (Guilherme Martins)No centro de distribuição, Guilherme registrou para o Jornal Midiamax a longa fila de pessoas que compareceram ao local para buscar água. Para concluir a visita à Governador Valares, ele também esteve nas margens do Rio Doce e constatou a triste situação em que ele se encontra. “Só tem barro aqui, situação terrível. Esse rio morreu”, lamenta.

Com o rompimento da barragem e o vazamento da lama, todo o ecossistema do Rio Doce foi destruído, inclusive, com a alta probabilidade de que a extinção de espécies e vegetais existentes apenas no Rio Doce tenha ocorrido.