Jornalista cria blog com dicas de economia, conforto e destino de viagens

Descrição de rotas e dicas práticas

Quando decidiu que correria o mundo, não tinha muita ideia de como o faria. No primeiro mês do primeiro estágio foram R$ 30 guardados. Dali em diante, seriam anos e anos de organização e economia para a viagem de seus sonhos. O destino: a Austrália. Mas antes disso tudo, é preciso contar como surgiu a paixão de Juliana Comparin, 30 anos, pelas viagens.

Tudo começou em 1999, quando tinha 13 anos. Foi nesta época que seu pai foi transferido para Singapura. Sem saber outro idioma ou sequer ter saído do Brasil, a família topou o desafio e todos desembarcaram no país asiático.

Juliana explica que pelos próximos quatro anos esteve mergulhada na cultura do país e em livros e revistas que traziam informações sobre a rota. “De grão em grão a galinha enche o papo e de moedinha em moedinha Juliana vai para a Austrália”, dizia a mãe de Juliana. Que realmente foi. Antes do embarque uma notícia para chacoalhar a viagem toda: uma oportunidade de emprego na Espanha.

“Um amigo me ofereceu um emprego por dois meses na Espanha. Eu aceitei e parti antes do previsto”. Por conta do emprego, Juliana pôde conhecer vários países e cidades diferentes. “Uma viagem que seria rápida, durou oito meses. “ Trabalhei em um bar na Espanha e depois viajei pela Europa. Passei por Singapura, Nova Zelândia e finalmente cheguei à Austrália”.

“A hospedagem é a parte mais cara, por isso eu sempre fiquei em hostels. Apenas em uma noite em 8 meses, dormi em um hotel. Me planejei muito e tinha tudo muito claro na minha cabeça”, diz ao contar que não passou por nenhum apuro ou situações de falta de segurança, mesmo viajando sozinha.

Não tive nenhum problema grave de segurança. Mas eu me planejei muito para viajar sozinha. Aliás, foi a disciplina no planejamento e as facilidades que ela lhe trouxe, que renderam um blog. “Eu mergulhei tão profundamente nesse universo. Li tantas coisas, tantos relatos de outros viajantes, que eu precisava ajudar também. A ideia surgiu assim. Mostrar como foi a experiência para mim e dar dicas para quem quer viajar. E como eu gosto muito de fotos, fazia muitas durante a viagem. Então tinha muito material”.

A plataforma é alimentada pelo menos duas vezes na semana e o conteúdo surge de conversas e comentários com leitores. Ela explica, que as postagens são divididas em duas grandes áreas: a descrição de rotas de destinos e as dicas práticas para facilitar a viagem.

“Eu percebi, por experiência própria, que a gente leva muita coisa de que não precisa. A mochila vai cheia de coisas que poderiam ser repensadas. Por isso, faço o que chamo de dicas práticas”, conta.

Hoje, alguns anos depois, Juliana reduziu o número de viagens por conta do trabalho. Mas sempre que pode,“dá suas escapadas”. Depois de conhecer os prazeres e o poder transformador de uma viagem, ficar sem desbravar novos lugares é quase impossível. “Eu vou digerindo as informações aos poucos. Quando você chega é só uma lembrança boa, mas com o tempo se torna um baú e você pode recorrer sempre que necessário. Quando se quer reviver uma experiência, refletir sobre algo. Viajar é o melhor investimento que alguém pode fazer”, conclui.  

Para os aspirantes a viajantes, Juliana deixa algumas dicas: ler e pesquisar sobre o destino não é perda de tempo, é investimento. E sempre que possível, é importante criar um roteiro para a viagem. Isso não significa percorrer os mesmos lugares e pontos turísticos. Mas essa organização proporciona a liberdade de conhecer o que você quiser, garante Juliana.

Os registros da viagem: 

*Todas as fotos são de Juliana Comparin