Com “tempero de casa”, Festival de Bonito promete integração entre artistas
O evento acontece entre os dias 30 de julho e 2 de agosto
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O evento acontece entre os dias 30 de julho e 2 de agosto
Depois de estar na berlinda e quase terminar riscado do calendário sul-mato-grossense, o 16º Festival de Inverno de Bonito foi lançado na manhã desta terça-feira (7), na sede da governadoria de Mato Grosso do Sul. Com a presença de artistas e servidores da cultura do Estado, o lançamento deixou claro que a intenção é fazer do “festival pobre em recursos” um evento rico em integração e harmonia entre os artistas e a comunidade local.
“É na dificuldade que percebemos a qualidade das coisas. Foi justamente isso que aconteceu com o Festival. Depois de quase perdermos, nos unimos de maneira inédita para fazer a melhor edição de todas”, conta o músico Paulo Simões ao explicar que uma “esperneada” de Almir Sater foi importante para que a categoria se unisse.
As dificuldades em se montar a grade de atrações – questionada por alguns, por ser baseada em artistas locais – foi reforçada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Satisfeito, Reinaldo ressaltou que a criatividade foi fundamental para garantir a edição. “Nós estivemos a um passo de anunciar o cancelamento da edição. Mas graças ao emprenho e parceria de todos, conseguimos manter o festival feito com muita criatividade.”
Neste ano, o Festival homenageará dois grandes ícones da cultura do Estado: Delinha e artista bonitense, Janaina Menezes, morta em 2010. Delinha esteve no lançamento do material gráfico do Festival e se disse emocionada com a homenagem. “Eu não mereço isso tudo, não”, disse ao ser apresentada pelo Secretário Estadual de Cultura, Athayde Nery.
A dama do rasqueado disse também que será uma honra voltar a Bonito. “Quando éramos jovens nem dava para chegar em Bonito. Não tinha estrada, não tinha nada. Hoje Bonito é bonito de verdade”, conta.
Delinha se apresentará na quinta-feira (30), dia de abertura do evento que segue até o dia 2 de agosto. Na sequência, haverá uma apresentação conjunta de Almir Sater, Renato Teixeira e Sérgio Reis. O palco montado na Praça da Liberdade também receberá Curumin, Patrícia e Adriana e Zeca Baleiro.
Chá Noise, Chalana de Prata e Canto Guarani completam o evento que terá também muito teatro e dança. A programação completa pode ser conferida no site do Festival.
Anderson Lima do Coletivo Flor e Espinho também se apresentará no festival. O artista comentou que do ponto de vista artístico o festival não perde em nada com o enxugamento da programação. “Os artistas que vão se apresentar, dispensam comentários. Será um Festival muito rico sem dúvidas”, disse.
Anderson também comentou que percebeu uma valorização dos artistas locais. “Mesmo com essa crise toda, o cachê dos artistas locais foi aumentado. Isso demonstra uma tentativa de valorizar o nosso trabalho. O que é esperado pelos artistas desde sempre.”
Pela primeira vez nos 16 anos em que o Festival de Bonito é organizado, indígenas das etnias Kadiwéu e Kinikinau terão locais de exposição de seus artesanatos. “É uma coisa bem legal para nós. Vivemos a duas horas de Bonito e nunca tivemos um espaço de exposição. Este ano teremos e estamos muito felizes”, diz Benilda Kadiwéu.
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