Com musicalidade de berço, Marta Cel grava primeiro CD

A menina de voz grave e cabelos enrolados cresceu e sua musicalidade também

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A menina de voz grave e cabelos enrolados cresceu e sua musicalidade também

Marta Cel conta que sempre gostou de cantar. A música na verdade sempre esteve presente em sua vida e na de seus familiares. Desde menina, ela conta se lembrar de a família estar reunida envolta ao fogão a lenha, sentada no chão batido fazendo uma batucada.

E assim, em meio ao ritmo baiano do pai e da mãe, e de muito suingue, ela cresceu ouvindo o pai tocar o tamburete e ela mesma soltar a voz no coral da igreja e nas festas escolares. O sonho de gravar um disco, já que naquela época ainda não havia CD, sempre existiu, mas como ela mesma diz, era tão distante que sequer poderia afirmar que era um sonho.

Mas a menina de voz grave e cabelos enrolados cresceu e sua musicalidade também. O que era um talento de criança foi se desenvolvendo juntamente com sua maturidade. E tudo que fazia virava música.

“Comecei cantando na igreja. Minha vivência musical vem desde menina. A gente sempre estava batucando em casa. Não tínhamos TV, nem rádio. Mas sempre nos reuníamos em volta do fogão à lenha, sentávamos no chão batido e fazíamos música”, diz.

A influência, segundo ela, sempre foi das canções populares. Já que, de família humilde, e grande, TVs, rádios ou qualquer eletrônico não tinha em casa. Outra referência foi a igreja. “Sempre cantei música gospel”, lembra.

Até que na escola descobriu o próprio talento e logo organizou um grupo de crianças que faziam música, teatro e muita arte na escola. “Aos 12 anos eu coordenava um grupo na escola. A gente cantava, fazia de tudo”, recorda-se.

Pouco tempo depois, aos 13 anos, foi para o coral da igreja. E assim cantava em casa, na escola e na igreja. Com o tempo, já na vida adulta, outras atividades surgiram, como: a contação de histórias, as peças teatrais…Mas a música estava sempre presente. “De uma forma ou de outra eu sempre estava fazendo música”, diz.

Depois foi trabalhar como backing vocal e conheceu a soul music. E como o nome diz, a música lhe tocou profundamente a alma. “O estilo mexeu comigo. Os arranjos, os improvisos. Fui aprendendo cada vez mais”, diz.

Decidiu estudar e a professora e cantora Edneide Dias foi quem lhe ajudou a apurar a técnica vocal. “Ela é uma referência para mim. É como se eu tivesse saído de um lugar e entrado em outro. Mudou”, diz, sobre tudo que aprendeu com a mestra.

E assim sempre fazendo música, criando, o sobrinho Ton Alves chegou um dia e disse: tia por que você não grava alguma coisa. A pergunta já havia sido feita tantas outras vezes durante apresentações teatrais, contações de história, tomou corpo, e começou a fazer mais sentido. “Por que não?”, se perguntou.

E junto os dois começaram a compor para gravar um EP com quatro músicas. Aos poucos o trabalho cresceu e se tornou um CD com sete músicas que já foi todo gravado e agora está em fase de mixagem e masterização.

Mas quem pensa que está sendo fácil, se engana. Marta Cel revela que só pode começar o projeto porque o Instituto Corumins lhe apoiou com o pagamento das primeiras horas de estúdio, e o próprio estúdio onde estão gravando, o Manhattan é do amigo Cauê Giutierrez que fez um preço para lá de camarada.

Outros músicos como Jasiel, Uilter, Jr.Matos, Caio Nascimento, Bolha, Fidelis Sanna, Renan Rodrigo e Silas de Matos estão apoiando com participações para lá de especiais na gravação do CD.

Ton conta que ele compôs algumas músicas junto com a tia e está produzindo o CD. “Resolvi produzir e fazer todos os arranjos. Algumas coisas são minhas. Outras da minha tia. A concepção do disco é um pop com influências de black music, que é a cara dela”, diz.

Ela diz que a sonoridade está bem diferente e quem ouvir vai se surpreender. “Está muito interessante. Um trabalho muito legal, feito sem pressão e com a ajuda de muita gente”, finaliza.

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