Vinte e cinco maçãs. Foi assim que Silvestre começou sua caminhada em busca do sucesso

Passando pela Feira Central de Campo Grande nesse fim de semana, o carisma e simpatia de um senhor atrás de uma banca de doces chamou atenção. Bastou dar um boa tarde pra ele logo ir contado a história que me renderia essa matéria.

O homem brincalhão se apresentou. Silvestre Lopes, 52 anos. Hoje, um empresário bem sucedido que conseguiu se estabilizar financeiramente e alcançar várias conquistas materiais. “Mas nem sempre foi assim”, faz questão de dizer.

Vinte e cinco maçãs, foi assim que Silvestre começou sua caminhada em busca do sucesso, mas antes disso vamos começar a história bem lá do início.

Filho de ferroviário, Silvestre viu o pai ainda jovem perder o emprego depois de um acidente. “Ele quebrou 13 costelas”, lembra. Sem emprego, o pai começou a vender pamonha na estação ferroviária, sem saber que a nova maneira de garantir o sustento da família, também faria nascer no filho o espírito para os negócios.

Ajudante do pai na venda das pamonhas, Silvestre decidiu começar a trilhar o próprio caminho e foi vender maçãs do amor para um empresário da época, mas seu desejo de crescer era ainda maior.

Lembra das 25 maçãs? Certo dia veio a decisão. “Decidi que iria trabalhar pra mim mesmo”. Conta dinheiro daqui, pega moeda de lá e o resultado foi a compra das 25 frutas. “Eu tinha o corante e os palitos, daí fiz maçãs do amor e fui à luta”, disse.

O destino de Silvestre foi o desfile de 7 de setembro. “Se não me engano isso foi no desfile de 1984”, afirma. Maçãs do amor prontas em cima de um tablado, o grito que anunciava cada doce pelo o que hoje valeria R$ 2, foi o principal aliado do futuro empreendedor.

No fim do desfile, das 25 maçãs apenas 13 haviam sido vendidas. O que para uns seria motivo para desistir, para seu Silvestre apenas o início de uma nova fase. “Com o dinheiro das vendas, fui ao mercado e comprei mais 13 maças”, relata.

Novamente com 25 maçãs, o empresário foi até a feira central de Campo Grande e a partir daí a coisa floresceu. Vinte e cinco doces viraram 40, em seguida 50 e atualmente uma barraca completa de doces e outros empreendimentos que Silvestre prefere não divulgar.

Quem passa pela Feira Central de Campo Grande sem dúvida já deve ter ficado com água na boca ao ver os doces da Banca do Silvestre. Esbanjando simpatia no atendimento a seus clientes, o empresário vira e mexe ainda dá uma palhinha com o som todo particular de um berrante, que fica pendurado no alto de sua barraca. “As vezes toco para agradar os clientes e para que eles conheçam um pouco mais dessa cultura que não é divulgada aqui, mesmo na terra do boi”, fala.

Vencedor na vida, o empresário ainda dá algumas dicas para quem assim como ele, quer obter o sucesso. “Nossa geração é muito mal ensinada. O brasileiro não sabe gastar, pelo contrário, sabe fazer dívidas. É preciso saber investir, economizar e pensar no futuro”, finaliza.