Cantora de MS se muda para Minas e conquista sonho de estudar na ‘Bituca’

A Bituca é a Universidade da Música Popular Brasileira

Uma referência marcante da pequena grande mulher e cantora é ser colorida, em todos os sentidos da palavra. Ela esbanja cor, sorriso e girassóis, se é que me entendem. Não tem uma pessoa que a conheça que fique sem dar um sorriso sincero ou se sinta com uma energia renovada. A ‘Caramuja’ é mutante e consegue cativar a todos.

Há oito meses, a cantora, que tem 23 anos, trocou os palcos sul-mato-grossenses pelos mineiros. Como ela mesma disse, a escolha não foi em vão, pois o objetivo real era um dia poder ingressar na Universidade da Música Popular Brasileira, a famosa Bituca, que fica na cidade de Barbacena em Minas Gerais.

Para leigos, a Bituca prepara a pessoa para o meio artístico, falam de ética, produção, espetáculos e tem, como padrinho, o músico mor da MPB, Milton Nascimento.

“Há uns quatro anos ou mais, eu já sonhava em fazer Bituca e eu to aqui desde o ano passado esperando prá fazer essa prova e ter passado no processo seletivo foi, sem dúvida, uma das minhas maiores realizações”, diz eufórica, porém, muito feliz, Lilian Maira.

Vale ressaltar também que a Bituca é extensão do Projeto Ponto de Partida, que é um grupo de teatro brasileiro atuante com grandes nomes, tanto do cenário da encenação quanto da música.

Segundo Lilian, ‘a’ Bituca é o nome da Universidade e ‘o’ Bituca é o Milton Nascimento. “Ele é a inspiração para os alunos de lá não só por apadrinhar muita gente mas também, por ser participativo, preocupado e empenhado com os futuros artistas que de lá saem”, explica.

Coincidências à parte

Lilian é aquidauanense, mas morou por muitos anos na Capital de MS. Por aqui, sempre esteve ligada ao meio artístico e cultural, atuando como cantora de bandas, solo e como contadora de histórias para crianças.

A vontade de um dia poder fazer parte da cena alternativo-cultural do interior mineiro não foi em vão e se, o destino existe, este deu um leve empurrãozinho para que isso fosse possível.

“Ano passado, um amigo produtor cultural me chamou para vir visitá-lo, eu vim e aproveitei para conhecer a Bituca; também fiz contato com uma contadora de histórias que me indicaram e antes de ir embora, ela veio e disse: ‘Lilian, aqui a cidade é bem pequenininha e o mercado não é grande para o nosso trabalho, eu estou indo embora, fica e se puder, já assuma meu trabalho”, disse a cantora.

Desde então, a decisão da cantora em ficar por lá foi instantânea. Ela chegou, se adaptou e nesse trâmite, já participou do Duo Jazz Festival de Tiradentes. Atualmente, além de trabalhar como contadora de histórias, toca nos barzinhos da cidadezinha ao lado, Tiradentes e foi convidada para escrever em um jornal, sobre a cena da música local.

“Ta rolando muita coisa legal, não me falta trabalho e agora com essa notícia boa da Bituca, eu to muito feliz”, emociona-se.

Curiosidade

Em Campo Grande, Lilian atuava como contadora de histórias na Casa de Ensaio. A entidade pesquisou, durante um ano, a vida e obra de Milton Nascimento. O trabalho de pesquisa da Casa de Ensaio levou o grupo até uma cidade do interior de Minas, para aprofundarem na pesquisa e o que finalizou em um espetáculo ‘Sonhos Não Envelhecem’, homenageando o Milton.

“Foi meu última participação com o grupo da Casa, cantei a música ‘Trem Azul’ do Milton e naquele momento, senti que seria minha despedida, um mês depois consegui vir visitar meu amigo e correr atrás do meu sonho e como diz a música que é o título do nosso espetáculo: ‘sonhos não envelhecem’”, conta.