Apesar de rotina pesada, entrar no Colégio Militar é sonho de muito garoto

Neto de militar, Gabriel conta que desde que soube do CM quis ir para lá e estudou até conseguir.

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Neto de militar, Gabriel conta que desde que soube do CM quis ir para lá e estudou até conseguir.

Estudar no Colégio Militar é o sonho de muita gente. Com ensino excepcional e mensalidades que custam bem menos que um colégio particular do mesmo nível, o número de interessados em entrar é bem maior que o de vagas disponíveis.

Para se ter uma ideia o ultimo concurso teve cerca de 30 candidatos por vaga. Foram mais de 400 inscritos para apenas 15 vagas. E mesmo as provas exigidas para ingressar serem apenas de matemática e português, o conteúdo é puxado. E quem quer entrar tem que ter foco e determinação.

Recém-aprovado na seleção de 2015, Gabriel Marcos de Oliveira de Carvalho, de 10 anos, conta que se preparou por 1,5 anos para a seleção. Brincadeiras, atividades físicas e até o curso de inglês tiveram uma pausa no período, já que o objetivo era ver o próprio nome entre a lista de aprovados.

Neto de militar da reserva, Gabriel conta que desde que o avô lhe falou do colégio, quando ele tinha uns 8 anos, a ideia de estudar no CM ficou martelando na cabeça. E mesmo sem a aprovação pais, ele foi descobrir o que teria que fazer para ir para lá.

De tanto fuçar, descobriu que teria que passar por uma prova que envolve matemática, português e redação, e que esta, não era nada fácil. “Eu queria ir para lá. Então fiquei falando para minha mãe que queria ir e para isso teria que queria me preparar. Falei até ela concordar. No começo, ela não queria que eu saísse da escola onde eu estudava”, explica.

A mãe, Kátia Juliane Caju, de 43 anos, justifica. Ela conta que o filho estudava em uma escola que segue a pedagogia sócio-interacionista e mudá-lo para uma escola tradicional não parecia uma boa escolha. “Pensei que por ele sempre ter estudado em uma escola com um tipo metodologia, não se adaptaria em outra”, diz.

Mas, como a insistência foi grande, ela o apoiou e o matriculou em um cursinho-preparatório paralelo à escola. Para surpresa dela, ele não só se adaptou ao novo método, como pediu para sair da escola que estudava e se matricular na nova com apenas 2 dias de cursinho. “Ele quis mudar de escola. E como insistiu muito mudamos. Achamos que ele não ia dar conta. Mas é muito dedicado”, diz.

Na nova escola, Gabriel logo ficou entre os primeiros da sala. E paralelamente aos estudos normais, continuou se preparando para as provas. A rotina que envolvia cerca de 10 horas de estudo por dia durou 1,5 anos. “Eu ia cedo para a escola, ia para casa, almoçava e voltava para o preparatório. Ai eu estudava à tarde toda e à noite estudava mais umas duas horas”, diz.

Festinhas de aniversário, brincadeiras, e até cursos paralelos, como o de inglês ficaram um pouco de lado no período. “Eu só ia às festinhas depois do horário de estudo. Se eu tivesse algum compromisso na sexta, por exemplo, só depois da aula particular, que eu fazia à noite. Eu queria sempre estar à frente, não igual aos demais”, diz.

O esforço valeu muito. Gabriel passou e se classificou. Agora, ele está na expectativa do início das aulas. “Agora que chegar à escola e aproveitar bastante. Quero aproveitar tudo que a escola pode oferecer”, diz.

Dicas do mestre

Professor de matemática de Gabriel, Hugo da Silva Taveira, de 24 anos, é ex-aluno do Colégio Militar. Como quem frequentou a escola, ele diz que o esforço vale a pena, pois a escola prepara os alunos como nenhuma outra. “A escola é excelente. O nível é muito acima da média. Os alunos que saem de lá, saem preparados”, diz.

Ele pontua que o caminho que Gabriel escolheu é difícil, mas é o certo para quem quer entrar. “Quem quer entrar tem que se preparar mesmo. O edital dá brecha para alunos em classes acima voltarem o ano, então o estudante não concorre apenas com quem está no mesmo nível que ele. Concorre com estudantes que estão bem acima”, diz.

“O que manda é abrir mão de algumas coisas, como fez Gabriel. A prova é um vestibular para crianças de 9, 10 anos. A concorrência ultrapassa 30 por vaga. Mais que muito vestibular, então tem que estudar”, acrescenta.

Outro fator importante, diz, é fazer um acompanhamento psicológico, já que ansiedade e nervosismo podem colocar tudo a perder. “Aqui na escola trabalhamos o psicológico do aluno, para que no dia da prova ele saiba lidar com as emoções e colocar na prova tudo que aprendeu”, finaliza.

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