Concurso musical valoriza talento de detentas de Estabelecimento Penal Feminino

Cantar ajuda a liberar as tensões e ansiedades, melhora autoestima e serve também para sentir o poder libertador que a música proporciona. Assim foi a manhã desta terça-feira (20) para custodiadas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), na Capital, durante a realização do primeiro concurso musical “Valorizando Talentos”. A cada estrofe cantada no […]

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Cantar ajuda a liberar as tensões e ansiedades, melhora autoestima e serve também para sentir o poder libertador que a música proporciona. Assim foi a manhã desta terça-feira (20) para custodiadas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), na Capital, durante a realização do primeiro concurso musical “Valorizando Talentos”. A cada estrofe cantada no “show de calouras”, a esperança de um recomeço diferente das escolhas que as levaram a ultrapassar a linha do “submundo da criminalidade” e hoje fazem com que passem os dias e as noites no presídio.

O evento foi promovido através de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Subsecretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania do governo do Estado e do Projeto T-Amar, da Igreja Universal do Reino de Deus.

Representando cada um dos alojamentos da unidade penal, onze candidatas subiram ao palco defendendo estilos musicais variados, teve candidata que até arriscou cantar em Inglês. Mas o estilo Gospel predominou entre as candidatas. As canções deste tipo têm embalado os finais de tarde no EPFIIZ, momento em que as internas encerram suas atividades diárias e se reúnem em suas celas para conversar, orar e cantar.

“Um novo vencedor”, da cantora Gospel Damaris, foi a canção defendida pela reeducanda Márcia Larico Ribeiro, 29 anos, vencedora da disputa. Com voz potente, a detenta emocionou os presentes e arrancou vigorosos aplausos da plateia. A segunda e a terceira colocação ficaram com as custodiadas Pâmela Aparecida e Aletrícia de Souza, respectivamente. Elas receberam troféus e brindes como premiação.

Dedicando a vitória a familiares e às colegas de alojamentos, Márcia revelou que já havia cantando em corais de igreja, mas acabou “desviando do caminho” e foi presa por tráfico de entorpecentes. “A música é uma forma de Deus se expressar em mim. Hoje eu vejo que posso fazer tudo diferente, seguir novamente o bom caminho” afirmou.

Para o diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, a iniciativa realmente tem esse objetivo de trabalhar a reinserção social através da música. “Ações como esta servem também para proporcionar o envolvimento da sociedade com a questão prisional para que possamos juntos, Governo e sociedade, construir um ambiente prisional mais digno e humanizado”, disse.

Segundo a subsecretária da Mulher e da Promoção da Cidadania do Governo do Estado, Tai Loschi, o Governo do Estado tem buscado promover inciativas que possibilitem a reinserção social dessas mulheres que estão em situação de prisão. “E essa atividade de hoje é uma forma de inclusão”, enfatizou.

Outro fator importante, conforme a diretora do estabelecimento prisional, Mari Jane Boleti Carrilho, é que eventos culturais como o “Valorizando Talentos” ajudam a proporcionar um ambiente mais harmonioso ao local. “Alivia o estresse, e isso contribui para que fiquem mais tranquilas e com melhor disciplina”, comentou.

“A música é um tratamento para a alma, traz paz e alegria, e esse concurso representa uma oportunidade de recuperação da pessoa humana, e de, quem sabe, descobrirmos verdadeiros talentos”, finalizou a coordenadora do concurso, Sueli Plácido, estagiária de Serviço Social no presídio e integrante do Projeto T-Amar.

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