A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e o grupo Teatro de Maquinaria, do Rio de Janeiro, realizam nos próximos dias 10, 11 e 12 de janeiro, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, em Campo Grande, a Oficina de Introdução do Estudo da Biomecânica. O curso faz parte do projeto Teatro de Maquinaria em Trânsito pelo Brasil e é direcionado a curiosos, estudantes, educadores do corpo, artistas e profissionais de teatro e dança.

 A oficina tem por objetivo compartilhar a experiência de conhecimento teórico-prático dos exercícios teatrais biomecânicos, criados pelo encenador russo Vsevovlod Meyerhold no início do século XX com o objetivo de formar seus interpretes. Este sistema de educação específico para o palco serve como referência para importantes grupos artísticos nacionais e internacionais e sua prática funciona há dois anos como base para o treinamento dos atores ligados ao Teatro de Maquinaria.

O interessado pode escolher entre dois horários para participar, das 8h até às 11h ou das 14h às 17h. São ofertadas 20 vagas para cada turma e é necessário fazer um investimento individual de R$ 50 para participar. Os interessados podem obter maiores informações pelo telefone (67) 98098610, pelo site: www.teatrodemaquinaria.com ou pelo e-mail: [email protected].
 
O Projeto Teatro de Maquinaria em Trânsito pelo Brasil já passou por Dourados. Depois de Campo Grande, segue para outras cidades do país, como Valinhos, Piracicaba, São Paulo, Juiz de Fora, Santa Maria e Rio de Janeiro. A ação quer estabelecer uma rede de contato para projetos entre os participantes das oficinas destas diferentes cidades e registrar a experiência deste processo de troca no site do grupo. A iniciativa de trazer ao Estado o projeto parte de dois artistas sul-mato-grossenses, Fabricio Moser e Marcio Antunes, que também integram o Teatro de Maquinaria e ministram, de forma compartilhada, a oficina na Capital.

Criado em 2009 o Teatro de Maquinaria tem como pressuposto estimular a pesquisa para a criação de ações artísticas no campo do Teatro, do Vídeo e da Intervenção Urbana. O grupo é formado por artistas de diversas áreas e de diferentes regiões do Brasil e do mundo radicados no Rio de Janeiro. Uma de suas motivações é explorar artesanalmente as maquinarias disponíveis nas linguagens tecnológicas do mundo contemporâneo, utilizando estes meios como ferramentas para a criação artística. Os estudos do Teatro de Maquinaria relacionam a poética de produção cênica e audiovisual em busca de uma comunicação teatral própria.

O sul-mato-grossense Fabrício Moser, um dos ministrantes da oficina, é ator, diretor e pesquisador. Graduado em Artes Cênicas pela UFSM, é mestre em Artes Cênicas pela UNIRIO. Em Dourados, participou da criação e dirigiu o Hendÿ – Grupo de Experimento e Pesquisa em Teatro e a Cia. TUDO – Teatro Universitário de Dourados entre 2007 e 2009, quando esteve presente em projetos artísticos em todo o Estado, como o Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro, o Festival Nacional de Teatro de Campo Grande, o Festival Internacional de Teatro de Dourados e o Festival da América do Sul, entre outros. Também trabalhou junto a UFGD e a USP, além da GAPKaiowá, ao IDAC e a FAPEMS, de Dourados, e o Pontão de Cultura Guaicuru, de Campo Grande.

Desde 2009 no Rio de Janeiro, participou da produção do 1º Seminário Internacional do Corpo Cênico, e sua formação complementar incluem cursos recentes como a Residência para Atores e Bailarinos com a holandesa Ria Marks; a Oficina de Dramaturgia do Corpo com Cristina Moura; entre mais de 30 oficinas, laboratórios e workshops.

Marcio Antunes, também de Mato Grosso do Sul e ministrante da oficina é ator, dançarino e fisioterapeuta. Sua primeira experiência teatral aconteceu na cidade de Dourados, com direção de Débora Schulz. Em São Paulo, estudou na Oficina de Atores do TUSP e na Oficina de Interpretação da FAAP, apresentando espetáculos com direção de Nely Sampaio e Suia Lagaspe.

Na cidade de Piracicaba, integrou o grupo universitário No Espaço e o grupo Andaime, com direção de Antônio Chapéu. Desde 2010 no Rio de Janeiro, estudou na CAL, onde trabalhou com o diretor inglês David Hermann, estagiou na Escola Nacional de Circo como Fisioterapeuta e é aluno especial do curso de Artes Cênicas da UNIRIO.