Anvisa recebe novo pedido de uso emergencial de vacina contra covid da CanSino
Se o pedido for aprovado, há previsão inclusive de o imunizante ser produzido no País
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Administrada em dose única, a vacina da CanSino é aplicada atualmente na população adulta de países como Chile, Argentina, México e Rússia. Estudos conduzidos pela empresa chinesa indicam que o imunizante teria eficácia geral de 68,83% após 14 dias da aplicação. Para casos graves de covid-19, a eficácia seria de 95,47% no mesmo período.
O pedido de uso emergencial, informou a Anvisa, foi enviado na última segunda-feira, 8, e já está em análise pela equipe técnica. Como protocolo, as primeiras 24 horas são dedicadas a uma triagem do processo para verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Se faltarem informações importantes, a agência pode solicitar as informações adicionais ao laboratório.
No caso deste pedido, em especial, a Anvisa apontou que o processo foi disponibilizado para a equipe técnica na quarta-feira, 10. Com isso, a triagem inicial deve ser concluída nesta quinta-feira, 11, determinando quais serão os próximos passos.
O prazo de análise previsto na legislação é de sete dias úteis. Esse período, no entanto, não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que ocorre quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela agência.
Ao Estadão, o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, explicou em entrevista realizada em outubro que, caso o uso emergencial da vacina da CanSino seja aprovado no País, a farmacêutica brasileira prevê produzir “em um segundo momento” o imunizante em sua planta localizada em Nova Lima (MG), região metropolitana de Belo Horizonte.
Pedido anterior
Em maio deste ano, a farmacêutica Belcher solicitou uso emergencial da vacina da CanSino no País. No final de junho, contudo, a Anvisa encerrou o processo de análise da autorização temporária, em caráter experimental, da vacina chinesa da CanSino após um desacordo entre a fabricante chinesa e sua então representante no Brasil. Em nota, a agência explicou que o processo foi encerrado “sem a continuidade da avaliação de mérito do pedido”.
A negociação entre a Belcher e a Cansino foi alvo de suspeitas levantadas pela CPI da Covid, conduzida pelo Senado. Integrantes da comissão de inquérito analisaram se empresários bolsonaristas fizeram lobby para incluir o imunizante na lista do governo. A Belcher, que é de Maringá, no Paraná, tem entre os sócios pessoas próximas ao ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, hoje líder do governo Bolsonaro na Câmara.
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