Caso Veron: Justiça conclui audiência e deve interrogar acusados em 2018

Liderança Guarani, Marcos Veron morreu em 2003

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Liderança Guarani, Marcos Veron morreu em 2003

A Justiça Federal concluiu nesta semana a audiência para apurar a morte do cacique Marcos Veron e deve marcar o interrogatório dos acusados para fevereiro de 2018, no Fórum da Justiça Federal de Dourados.

Veron, um dos maiores líderes do povo guarani, morreu no dia 13 de janeiro de 2003, na Fazenda Brasília do Sul.

O juiz federal Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva ouviu 16 pessoas, entre vítimas e testemunhas de acusação e defesa.

A audiência contou com a presença dos advogados dos acusados e do representante do Ministério Público Federal, Marco Antônio Delfino de Almeida.

Em fevereiro de 2011, três acusados já haviam sido absolvidos das acusações pela morte do cacique e de sete tentativas de homicídios contra outros indígenas.

Os funcionários da Fazenda Brasília do Sul Jorge Insabralde, Carlos Roberto dos Santos e Estevão Romero foram submetidos a Júri em São Paulo (SP), porque o MPF alegou que o dono da propriedade, Jacintho Honório da Silva Filho, em razão de seu poderio econômico e social, poderia influenciar os sul-mato-grossenses.

Por discordar da decisão, o MPF apresentou recurso de apelação ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), onde o processo se encontra, aguardando julgamento. O MPF alega que a decisão foi manifestamente contrária à prova dos autos.

“A audiência, apesar de longa, tramitou normalmente. Com a oitiva das vítimas e das testemunhas, a verdade aflorou, já que ficou sobejamente demonstrado que os acusados não espancaram ou agrediram o cacique Marcos Veron, que saiu da fazenda caminhando, o que é incompatível com a acusação de que ele sofreu traumatismo craniano, que, segundo a acusação, teria sido produzido por pancadas desferidas pelos acusados”, afirmou o advogado Josephino Ujacow, que defende dez dos acusados do novo processo.

“A acusação se perdeu no vazio das alegações estéreis, pois a pretensão acusatória se alicerçou em meras presunções, que não encontraram respaldo na realidade factual”, concluiu. 

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