‘Saúde magrinha’ da gestão Gilmar Olarte quer eliminar o ‘médico eventual’

Descaso de profissionais no período de Natal, Réveillon e do começo do ano motivou a Sesau a mudar o sistema

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Descaso de profissionais no período de Natal, Réveillon e do começo do ano motivou a Sesau a mudar o sistema

A escala de plantões médicos será alterada em todas as unidades municipais de atendimento de Saúde de Campo Grande, deixando de ser mensal, para ter programação anual. A medida, que quando chegou a ser cogitada publicamente ficou associada a cortes orçamentários ( justamente após a polêmica dos supostos atestados médicos falsos)  tem mais a ver com um gasto maior na área. De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) a mudança significa algo que a Prefeitura já deveria ter feito há muito tempo: copiar gestões que dão certo em hospitais.

“No final do ano os médicos eventuais de plantão faltaram, o que com a população foi uma falta de compromisso, pois prejudica o atendimento. O médico de plantão fixo dificilmente nos oferece esse tipo de problema e por isso planejamos em breve ter apenas a escala fechada de plantão, que ficará com uma programação anual. Em virtude disso, nosso coordenador de urgências tem se reunido com cada um dos gerentes para organizar essa mudança. Alguns funcionários, que são minoria, tentam alardear sobre cortes e já passam boatos disso pelo Whatsapp, o que lamento”, diz o médico Jamal Salém, secretário titular da Sesau. 

Jamal também explicou ao Midiamax que com a escala fechada, todos os médicos que participarem de plantão serão obrigados a assinar um termo de compromisso para o comparecimento na programação. O secretário não informou porém quando a exigência para a assinatura será implantada, nem quando os ‘médicos eventuais’ dos plantões serão totalmente eliminados da Sesau. 

Ele garante que o sistema com plantões fechados facilitará o controle quando entrar em vigor, uma vez que já é adotado por grande parte dos hospitais da Rede Privada, assim como pela Santa Casa de Campo Grande. Para atender a transformação a Prefeitura precisará contratar mais médicos, já que a projeção também é baseada na evolução da demanda de atendimentos.

“Quando assumi a Secretaria o UPA do Coronel Antonino efetuava 5 mil atendimentos à população e hoje presta 9 mil assistências. A demanda cresce o que precisamos levar em consideração no planejamento. Atualmente já são em toda a rede municipal aproximadamente 1,5 milhão de procedimentos à comunidade por ano. Até por isso fiz questão que a Prefeitura contratasse desde fevereiro de 2014 mais 400 médicos, porém ainda existe o gargalo, o que nos exige mais contratações”, reitera Jamal sobre a necessidade de mais investimentos em sua pasta, que segundo ele está ‘magrinha’.

Sobre a medida pretendida por Jamal, o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/MS), Alberto Cubel Brull Jr. Viu com bons olhos o novo planejamento. Segundo ele, em entrevista ao Midiamax a Prefeitura deverá ter uma maior organização com o plantão fixo do que com o ‘plantão eventual fixo’. 

O médico, que é plantonista no Hospital Regional às quintas-feiras explicou que na unidade atende sempre com a mesma programação, tendo a responsabilidade de indicar um profissional para substituí-lo em caso de ausência. Dr. Alberto confirmou não ter sido obrigado no Hospital Regional e ter que assinar nenhum termo de compromisso, como determinação para o cumprimento da sua escala, mas entende que se a Sesau acreditar que a medida seja necessária e os médicos da Prefeitura não se opuserem não vê problemas. 

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