Família alega procedimento errado no socorro após a reação alérgica e culpa a empresa

A atendente de telemarketing, Daniela Reis, de 39 anos, se recupera de uma cirurgia delicada nos pulmões, procedimento feito na manhã da quinta-feira (23), que realizou a raspagem da pleura  (membrana dupla protetora do órgão) devido a um grave processo inflamatório. A Saúde dela passou por uma mudança brusca a partir do dia 4 de abril, quando no trabalho ela teria sido picada por uma abelha. Conta Daniela que o fato ocorreu no período vespertino, enquanto realizava o seu expediente, com anuência de seus superiores hierárquicos no setor onde atua de um Call Center da Brasil Telecom. 

Na versão da operadora de Telemarketing, a empresa ofereceu uma prestatividade rápida para retirá-la de sua atividade laboral quando houve o encaminhamento sobre a picada, no entanto não teria cedido um médico do trabalho para avaliação da funcionária, que passou a se sentir gradativamente em mal-estar, com o sintoma ‘de sentir a sua garganta trancar’. Do endereço do Call Center, Daniela diz ter sido levada por uma ambulância contratada pela Oi até a Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Coronel Antonino.No trajeto a colaboradora foi acompanhada por um técnico de enfermagem.

Entretanto na porta do posto de saúde a ambulância simplesmente deixou Daniela, conforme ela relata. Diante da situação, precisou dessa forma ir até o setor de recepção da unidade, que a classificou como paciente sem maior urgência de consulta. A espera e o nervosismo pela situação que passou, teria feito o quadro clínico da operadora de telemarketing piorar, o que gerou uma mudança de prioridade do posto no atendimento.

Ao ser levada para o Pronto Socorro, já com a classificação vermelha do UPA Coronel Antonino, Daniela citou ao Midiamax que desmaiou, apresentando grande dificuldade aos médicos para a aplicação na veia de medicamento específico ao controle do choque anafilático da paciente e reação alérgica em nível agudo. A funcionária da Oi alega sobre o caso que desconhecia o fato de ter rejeição alérgica a picadas de insetos, informação que anunciou há dois meses quando foi contratada pela empresa. 

Agravamento

Daniela Reis foi transferida posteriormente do UPA Coronel Antonino para o Hospital Universitário, onde depois da internação teria desenvolvido uma inflamação nos pulmões, situação que segundo a família pode estar associada a uma infecção hospitalar. Na quinta-feira (23), ela passou por uma cirurgia que foi realizada com sucesso, revertendo o condensamento da membrana que envolve os pulmões. A expectativa para a alta da paciente é do dia 28 de abril. 

Durante o período da internação, a família diz ter sido contactada pela Oi, que na versão relatada ao Midiamax afirmou por meio do departamento de Recursos Humanos ‘ter quebrado a carência’ do Plano de Saúde oferecido pela empresa. Isso porque, Daniela ainda não tinha como usufruir do benefício, devido ao seu tempo de contratação ser de apenas dois meses. No entanto, o tratamento da reação alérgica foi mantido no Hospital Universitário, em virtude da família, e o hospital, não terem conseguido a transferência da paciente a um hospital particular.  

Curiosamente logo após o impasse, ocorrido entre os dias 14 e 16 de abril, a Saúde de Daniela piorou, situação que determinou a necessidade da realizaçaõ de uma cirurgia.

E a Oi? 

Sobre o incidente vivido por Daniele, a Brasil Telecom Call Center informa que tomou todas as providências possíveis para conduzir a colaboradora ao Pronto Socorro, encaminhando-a com uma ambulância o Posto de Saúde, acompanhada de um enfermeiro até o local. A empresa explica ainda que não pode se responsabilizar por qualquer falha supostamente cometida no atendimento da funcionária na unidade pública de Saúde. A Assessoria de Comunicação da Operadora confirma que por conta do caso foi aberto um registro de acidente de trabalho sobre a picada de abelha, que motivou a reação alérgica em Daniela.

“A BTCC informa que realizou no caso mencionado o adequado procedimento de socorro, com dispensa imediata após comunicação do fato (no dia 4/4) e transporte em Unidade Tática de Emergência (UTE) até a Unidade de Saúde mais próxima. A companhia acrescenta que, após a comunicação do agravamento do estado de saúde da colaboradora, adotou as medidas necessárias junto à operadora do plano de saúde corporativo para antecipação da carência”, diz a nota enviada ao Midiamax.