Fornecedores da Petrobras bloqueiam BR-262 e fila de carros chega a 10 quilômetros

O bloqueio deve durar até as 12 horas; eles protestam contra as dívidas de R$ 20 milhões

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O bloqueio deve durar até as 12 horas; eles protestam contra as dívidas de R$ 20 milhões

Fornecedores e prestadores de serviço do consórcio UFN3, responsável pela construção da Fábrica de Fertilizantes da Petrobras em Três Lagoas, bloquearam a BR-262, na barragem da Usina de Jupiá, divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo. Eles pedem o pagamento de R$ 20 milhões atrasados somente para os credores de Três Lagoas e pretendem liberar o trânsito somente às 12 horas.

De acordo com um dos organizadores do protesto, Jair Panucci, a dívida total, que inclui outras cidades vizinhas inclusive do Estado de São Paulo, chega a R$ 100 milhões.

“É um protesto pacífico cujo objetivo é chamar a atenção da Petrobras e do poder público para o pagamento desta dívida. Só está passando ambulâncias e carros com crianças de colo”, explica Jair.

A manifestação reúne mais de 70 empresários da Três Lagoas. Entre eles estão donos de restaurantes, donos de hotéis, donos de postos de gasolina, empresas de construção civil entre outros.

De acordo com os manifestantes, a fila já chega a cinco quilômetros para cada lado, ou seja, abrange os carros que chegam de São Paulo e os carros que pretendem sair do Estado.

Jair também explica que há muitos empresários falindo. “Conheço gente que está quebrando, é muito triste. Um colega meu já demitiu mais de 1.000 funcionários. Este foi o Natal mais triste da cidade nos últimos anos”, ressalta.

Dívidas trabalhistas

Em dezembro de 2014, um juiz trabalhista sequestrou R$ 50 milhões da Petrobras a fim de garantir o pagamento de salários atrasados de 1.700 trabalhadores, já que os créditos trabalhistas têm prioridade em relação às demais dívidas.

Desta forma, por não ter recebimento garantido pela justiça trabalhista, os fornecedores e prestadores de serviços se juntaram para receber seus créditos.

O consórcio

O consórcio UFN3 é liderado pela empresa Galvão Engenheria e Sinopec, ambas citadas na Operação Lava-Jato, deflagradas pela PF (Polícia Federal) no fim de 2014. Por suspeita de corrupção, esta operação prendeu diretores do alto escalão da Estatal e ainda denunciou deputados federais e senadores de diversos partidos.

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