Empresa do Gisa some e deixa ex-funcionários sem receber
Na sede em São Paulo, ninguém atende; em Campo Grande, endereço está para alugar
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Na sede em São Paulo, ninguém atende; em Campo Grande, endereço está para alugar
Funcionários que trabalharam para a empresa Telemidia Technology, vencedora licitação para desenvolver um novo software de gestão da saúda na Capital, o Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas de Saúde), denunciam que estão há meses esperando o dinheiro da rescisão empregatícia.
Segundo os funcionários, a empresa começou a funcionar em Campo Grande em 2009, logo após a finalização do processo licitatório que ficou em quase R$ 10 milhões. Prevendo que teria um produto capaz de chamar a atenção de outras cidades, o diretor presidente da empresa, Naim Alfredo Beydoun, teria investido dinheiro próprio negócio para, tão logo concluído e em funcionamento da cidade, pudesse vendê-lo em outros Estados.
Para isso, a empresa instalou-se na Capital e contratou uma série de funcionários, entre pessoal administrativo, técnicos e desenvolvedores do software. Dentro da Telemidia, além da inexperiência do próprio Naim em tocar a relação com um cliente estatal, o que mais pesou na falha da implantação do sistema foi a burocracia e despreparo enfrentado na relação mantida entre a empresa com representantes do IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação), Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle).
“Quando estourou o problema na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito – da Saúde, da Assembleia Legislativa) o Naim perdeu muitos clientes, e a empresa precisou demitir todo mundo”, revela um funcionário que preferiu não se identificar, e que contou ainda que o ex-patrão continua mantendo o alto padrão de vida na ponte aérea Brasília – São Paulo.
Segundo ele, os problemas financeiros da empresa começaram no segundo semestre de 2013, mesmo período de execução da CPI. Pelo menos 12 funcionários foram demitidos entre fevereiro e maio de 2014, e boa parte deles ainda aguarda o pagamento dos direitos trabalhistas.
“Comigo acertaram quase sete meses depois da minha demissão. E por causa desse atraso provavelmente não vou conseguir ter o meu seguro desemprego”, disse outra ex-funcionária ouvida pela reportagem do Jornal Midiamax.
Até mesmo o ex-diretor da empresa, Rodrigo Pereira, revelou que se desligou da empresa no fim do ano passado e afirmou que ainda aguarda o pagamento de pelo parte dos valores referentes à sua rescisão.
No endereço fornecido pela empresa há apenas uma placa de ‘aluga-se’, os telefones, incluindo o da sede da empresa, na cidade de São Paulo (SP), aparecem como indisponíveis. No IMTI, que mantinha contato direto com a Telemidia, não informações sobre o paradeiro da ex-parceira.
No começo de janeiro, o Ministério da Saúde rompeu o convênio firmado com a Prefeitura para o desenvolvimento do software, e, devido às irregularidades no processo, cobrou a restituição do valor investido pela União no sistema, R$ 8,2 milhões.
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