Criada para desafogar UPAs, equipe móvel de saúde se torna ‘responsável’ por inflar folha

Hoje a gestão pública mantém uma folha de pagamento no valor de R$ 98 milhões

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Hoje a gestão pública mantém uma folha de pagamento no valor de R$ 98 milhões

Criado em janeiro de 2014, quando o prefeito cassado Alcides Bernal (PP), estava à frente do administrativo da Capital, a Equipe Móvel de Saúde está na mira da atual administração, como um dos responsáveis do inchaço da folha de despesas, principalmente a da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande).

Com o que chama de otimização e readequação de escala, o secretário de administração Wilson do Prado acredita em um enxugamento de 8% até 10% na folha salarial da Prefeitura. No caso de médicos e trabalhadores administrativos da Sesau, Wilson diz que toda readequação de escalas estão sendo feitas junto com a própria Sesau e o Conselho Municipal de Saúde.

A respeito da escala de médicos, Wilson cita o exemplo de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que tenha oito médicos com quatro consultórios. “Vamos pegar esses quatro excedentes e vamos mandar para outro posto”.

Ainda de acordo com o secretário, quando, por exemplo, uma unidade de saúde precisa de reforço de médicos, por conta da quantidade de pacientes, é acionado a Equipe Móvel de Saúde, que são médicos de plantão que são deslocados para outra unidade, gerando assim mais pagamento de plantões.

Com isso a ideia é o de ter mais plantonistas fixos para evitar o deslocamento. Nesta sexta-feira (30), Wilson do Prado acredita que a prefeitura terá ideia de quanto poderá economizar com a readquação. Já em relação a uma possível terceirização dos administrativos, o secretário cita outro exemplo.

“Tem muita demanda de serviços que o servidor administrativo não consegue concluir durante o expediente, aí temos que pagar um plantão para ele ficar depois do expediente para poder concluir o serviço. Com isso estamos penalizando o servidor que já faz a sua carga-horária para poder lançar as fichas que tem que ser lançadas no sistema, por conta do SUS. A ideia é de otimização do serviço e, a terceirização pode ser uma opção, mas isso se for fazer vai ser feito com base técnicas conversado com a Sesau e o Conselho de Saúde”.

“Embora acrescente no trabalho dele, o que acontece se ele ficar 12, 16 horas no trabalho, mais cedo ou mais tarde ele vai entrar com licença médica. Embora ele receba a mais na folha ele vai ficar prejudicado na saúde”.

Corte de gastos

A previsão da prefeitura é de enxugar os gastos, pois, de acordo com o secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, André Scaff, este ano será financeiramente difícil.

 Hoje a gestão pública mantém uma folha de pagamento no valor de R$ 98 milhões com uma receita bruta de aproximadamente R$ 190 milhões. Para reduzir as cifras, a intenção é de realizar um corte no número de servidores públicos. Atualmente 22 mil funcionários atuam na Prefeitura de Campo Grande, tanto comissionados, como efetivados.

“Fizemos um planejamento e vamos obedecê-lo. Dentro dele há ajustes e cortes. Teremos que fazer isto porque o ano pode ser difícil”, afirma Scaff.

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