YouTube aposta em conteúdo nacional e vê audiência subir com Copa

O YouTube, site de vídeos do Google, aposta em conteúdo nacional para impulsionar a plataforma no Brasil como destino de entretenimento, disse o diretor de conteúdo do site no país, Alvaro Paes de Barros. No curtíssimo prazo, o site vê a audiência no Brasil subir por conta da Copa do Mundo, com o consumidor complementando […]

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O YouTube, site de vídeos do Google, aposta em conteúdo nacional para impulsionar a plataforma no Brasil como destino de entretenimento, disse o diretor de conteúdo do site no país, Alvaro Paes de Barros.

No curtíssimo prazo, o site vê a audiência no Brasil subir por conta da Copa do Mundo, com o consumidor complementando a experiência de acompanhar os jogos pela TV com vídeos disponibilizados no YouTube.

“Todos os canais abertos e fechados vão transmitir a partida. O YouTube é importante para acompanhar o que está acontecendo ao redor”, disse o executivo, sem revelar perspectivas de aumento da audiência.

Com 60 milhões de usuários únicos mensais, o Brasil é o segundo maior mercado do YouTube depois dos Estados Unidos. No mundo, a plataforma soma mais de 1 bilhão de usuários únicos por mês — são 6 bilhões de horas de vídeo assistidas mensalmente e 100 horas de conteúdo publicado a cada minuto.

O executivo lembrou que, dentro do plano de tornar-se um site de entretenimento, o YouTube vem aumentando a aposta em conteúdo produzido no país.

Segundo Barros, o mercado brasileiro é um dos mais criativos do mundo, e a Lei 12.485, de 2011, que assegura a produção nacional em canais de TV paga, incrementou a capacitação de mão de obra.

“O YouTube passa a ser percebido como parte importante da cadeia audiovisual, deixando de ser depositório de vídeos para ser destino de entretenimento”, declarou.

Uma mostra disso foi a parceria anunciada pelo site no início do ano com a distribuidora cinematográfica gerida pela prefeitura do Rio de Janeiro, a Riofilme. A entidade abriu linha de financiamento de 1,5 milhão de reais para canais na Web.

A estratégia de transformar o site em distribuidor de conteúdo envolve privilegiar canais, em vez de vídeos soltos, explicou o executivo.

No Brasil, o principal exemplo de canal pago, com uma versão mais simples e gratuita, é o Esporte Interativo, lançado em fevereiro, disse Barros. Nos Estados Unidos, há mais canais pagos no YouTube, como os infantis e os de luta livre.

“A tendência no Brasil é a mesma”, disse o executivo. “É uma demanda feita pelo produtor de conteúdo que quer desenvolver um modelo mais simples que o da TV paga.”

PUBLICIDADE VERSUS ASSINATURAS

A estratégia de rentabilidade do site segue baseada em publicidade em vez de assinaturas, disse Barros, embora admita que a tendência da indústria online é de modelos híbridos, onde parte dos serviços está disponível gratuitamente e o conteúdo “premium” é pago.

“Isso está muito claro para indústria de música, onde o número de downloads está caindo e o número de assinaturas crescendo”, disse. “Mas para o YouTube essa não é a estratégia. A estratégia é continuar no modelo baseado em publicidade”, disse. O site não divulga suas receitas anuais.

Segundo o diretor de conteúdo do YouTube, o foco da plataforma será fazer com que os anunciantes tornem a publicidade transmitida antes dos vídeos mais “sofisticada”, de forma a atrair a atenção do usuário. “O que vai acontecer é a sofisticação da publicidade, que está cada vez mais efetiva e menos intrusiva”, disse.

SMARTPHONES

O YouTube aposta ainda nas vendas de smartphones para crescer no Brasil. Atualmente, 40 por cento da audiência do site no mundo vem de dispositivos móveis.

“Vai continuar (crescendo) nos próximos anos; a migração para dispositivos móveis está sendo mais rápida do que a indústria imaginou”, declarou.

O site também tem firmado parcerias técnicas — que não envolvem acordos financeiros — com operadoras no Brasil, como foi o caso da TIM Participações, que lançou projeto piloto de um equipamento que conecta o YouTube à televisão.

“A ideia é levar o YouTube para todas as telas do usuário”, disse Barros, que não descartou a possibilidade de parcerias similares com outras operadoras. Mas ele disse que não está no radar da empresa firmar acordos comerciais com tais empresas.

Parcerias comerciais entre provedores de conteúdo e empresas de telecomunicações são um assunto polêmico, pois esbarra no princípio da neutralidade da rede, ponto central do Marco Civil da Internet, em processo de regulamentação no país.

A neutralidade da rede é o princípio segundo o qual os provedores de banda larga não podem privilegiar um conteúdo em detrimento de outro ao oferecer velocidade e qualidade.

O executivo não quis comentar o tema, mas a assessoria do Google disse em comunicado que a empresa “sempre apoiou abertamente o Marco Civil da Internet, resultado de um rico debate que levou a um projeto de lei moderno, composto de princípios reconhecidos globalmente”.

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