“Nenhuma das leis aprovadas pelo parlamento desde o golpe tem validade”, afirmou. Após depor Yanukovich, a corte aprovou a libertação da ex-primeira-ministra Yulia Timoschenko (sua inimiga política) e o retorno à Constituição de 2004, que limita os poderes do presidente.

O ex-presidente defendeu a unidade de elite da polícia conhecida como “Berkut” (Águia), acusada de atirar indiscriminadamente em militantes no centro de Kiev. “Eu nunca dei ordem para que a polícia atirasse, mas a Berkut estava se defendendo”, afirmou. A tropa foi dissolvida pelo governo interino.

Yanukovich acusou os manifestantes de não cumprirem o acordo firmado entre governo e oposição, que previa o desarmamento do movimento antigoverno sediado na praça Independência.

Indagado se tinha vergonha de tudo o que aconteceu, o ex-presidente se desculpou com a população ucraniana por não ter conseguido impedir que os protestos chegassem a esse ponto. Ele voltou a criticar a ação dos países ocidentais, que teriam “inflamado” os ânimos de manifestantes em Kiev.

Antes de se refugiar na Rússia, Yanukovich disse ter ido para a Carcóvia, segunda maior cidade ucraniana e depois para Donetsk (Rússia). Ele disse que irá retornar para a Ucrânia assim que sua segurança for garantida.

Presidência

Yakunovich disse que não irá disputar as eleições presidenciais convocadas pelo governo interino para maio por considerá-la “ilegal”. Atualmente, ao menos dois políticos da oposição já anunciaram candidaturas: Yulia Timoschencko (libertada da prisão após a queda do governo) e o ex-boxeador Vitali Klitschko.

Crimeia

O presidente deposto comentou a situação na Crimeia, região autônoma da Ucrânia, de maioria russa. Hoje autoridades do país acusaram a Rússia de enviar tropas para a região. “É uma reação natural à usurpação do poder criminosa que aconteceu em Kiev”, afirmou. “Como presidente do país, defendo que a Crimeia permaneça sob controle da Ucrânia”, disse.