Você sabia? Mercadão Municipal surgiu com feira a céu aberto nas margens dos trilhos

As barracas da feira livre, que ficavam nas margens dos trilhos da Noroeste do Brasil entre a Avenida Afonso Pena e Rua 7 de Setembro, em Campo Grande, deram origem ao Mercado Municipal Antônio Valente, conhecido como Mercadão. A maioria dos feirantes da época era descendente de japoneses e comercializavam verduras, frutas e produtos hortifrutigranjeiros na […]

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As barracas da feira livre, que ficavam nas margens dos trilhos da Noroeste do Brasil entre a Avenida Afonso Pena e Rua 7 de Setembro, em Campo Grande, deram origem ao Mercado Municipal Antônio Valente, conhecido como Mercadão. A maioria dos feirantes da época era descendente de japoneses e comercializavam verduras, frutas e produtos hortifrutigranjeiros na feira livre.

Segundo dados do Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande), naquela época o português Antônio Valente, radicado em Campo Grande por causa da construção da rede ferroviária, era o dono da área onde hoje está localizado o Mercadão.

O europeu sensibilizou-se ao ver a dificuldade dos vendedores em transportes as verduras e resolveu então doar a área para o município. Com o ato, o prédio foi batizado como Mercado Municipal Antônio Valente, em homenagem ao português solidário.

“Convivendo com a comunidade local, meu pai presenciava a dificuldade dos japoneses para transportar e vender sua produção de verduras. Na época não havia um lugar fixo para o comércio dessas mercadorias e os produtores tinham de levar suas cargas cada vez para um lugar diferente, o que era difícil, pois as carroças atolavam, atrasando e sujando os produtos”, declarou Walter Valente, filho de Antônio, à revista do Arca.

Hoje com 56 anos de existência o Mercadão Municipal celebra a pluralidade. O espaço formado por gerações de famílias cresceu e consolidou-se com sua miscigenação de origens. O lugar tornou-se ponto turístico e foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural de Campo Grande.

O lugar onde antes era uma simples feira modernizou-se com o tempo. Atualmente o Mercadão conta com 144 barracas e 79 boxes. Com 500 trabalhadores e 90 permissionários, 3 mil pessoas passam diariamente pelo lugar.

No ar ficam os aromas dos mais diversos temperos. Os sabores variados a individualidade de cada barraca tornam o Mercadão um lugar único.

“Minha família começou a vender na época da feira, com a minha avó. Cresci aqui no Mercadão com minha mãe atendendo os clientes. Hoje sou eu quem vende, e, além de mim, trago meus filhos”, detalha Cintia Fukuchi, 37.

Acompanhando de perto o trabalho da mãe, pode ser que daqui alguns anos, as crianças de Cintia deem sequência ao trabalho iniciado há anos atrás pela família de japoneses.

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