A Morada dos Baís, localizada na esquina da Avenida Afonso Pena com a Via Morena, no centro de Campo Grande, amanheceu pichada nesta segunda-feira (27). O fato acabou surpreendendo moradores e comerciantes que atuam no local que, até então, não tinham presenciado o monumento ser alvo deste tipo de atitude.

De acordo com a vendedora ambulante Dulce da Silva Ayala, de 57 anos, nos dez anos em que trabalha em frente à Morada dos Baís, não havia visto nenhum tipo de atentado ao prédio. “Nunca teve este tipo de coisa. Acho que tinham que estabelecer uma multa bem alta para quem for pego fazendo isso em prédios como estes”, afirma.

Os comerciantes estranharam o monumento ser alvo de pichação, já que conta com guardas municipais exclusivos para fazer a segurança do prédio. “Tem guarda direto aí, mas acho que eles têm ficado só lá dentro e não viram”, deduz Dulce. Ela calcula que o ato deve ter ocorrido na madrugada de domingo para segunda-feira.

A Morada dos Baís é um centro cultural, conhecida antigamente por Pensão Pimentel. Sua obra foi concluída em 1918 e, a partir de 1938, passou a abrigar a família de Bernado Franco Baís, incluindo a artista plástica Lídia Baís, que pintou painéis nas paredes do sobrado.

Obelisco

O Obelisco, localizado no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua José Antonio, foi alvo do mesmo tipo de pichação. Na última semana, a Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seintrha) afirmou que realizaria, no último final de semana, a manutenção do monumento, o que não ocorreu.

Conforme a gerente de uma loja localizada em frente ao monumento, Claudiane Aparecida Dolci, de 24 anos, a pichação foi feita depois do Natal. “A Prefeitura veio parar colocar e retirar os enfeites de Natal, mas não apareceram depois da pichação”, afirma.

Segundo a gerente, durante o um ano que trabalha no local, o Obelisco foi pichado por diversas vezes. “Sempre que ocorre isto vem um grupo de pessoas pintar e acaba não durante nem uma semana”.

Em reportagem publicada no dia 24 de janeiro, o delegado Antônio Silvano Mota, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat) afirmou que o caso já estava sendo investigado pela polícia Civil para identificar os autores das pichações.

“O inquérito e as investigações irão ocorrer independentemente da abertura de um boletim de ocorrência. Trata-se de um símbolo da cidade e por isso há um agravante porque é depredação de patrimônio público”, afirmou o delegado.

Diante da situação, uma loja de tintas publicou fotos da pichação no Facebook e convocou a população a realizar um mutirão para recuperação do Obelisco. A iniciativa teve apoio de mais de 600 pessoas que devem comparecer ao nesta segunda feira (27), às 17h30 para retocar a pintura do monumento.

A assessoria de imprensa da  Prefeitura de Campo Grande afirmou que providência estão sendo tomadas para manutenção dos locais pichados. Quem flagrar atos de pichação a patrimônios públicos pode acionar o Serviço de Inteligência da Guarda Municipal por meio do disque-pichação, o 153.

(Matéria alterada às 16h para acréscimo de informações)