Nesta terça-feira, os oito principais candidatos à Presidência da República participaram de mais um debate, desta vez promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e transmitido pela TV Aparecida em parceria com o Terra.

Durante mais de duas horas Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Luciana Genro (Psol), Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB) debateram reforma política, aborto, homofobia, habitação e economia. O recente escândalo envolvendo a Petrobras também foi abordado e rendeu uma acalorada discussão entre Aécio Neves (PSDB) e Luciana Genro (Psol). Confira os destaques em frases dos postulantes ao cargo máximo do executivo brasileiro.

“Não existe democracia sem partidos, mas precisamos submetê-los ao voto popular”, disse Dilma Rousseff (PT) sobre a reforma política.

“Vamos quebrar a casta de políticos pela base. Política não é carreira, é para servir”, disse Eduardo Jorge (PV) sobre os resultados que ele buscaria com sua reforma política.

“O Psol é o único partido que proíbe receber dinheiro de bancos, empreiteiras e multinacionais, que são os segmentos que instituem as relações mais perigosas, que estamos vendo se manifestar na Petrobras”, disse Luciana Genro (Psol) sobre práticas que seu partido já faz e que estariam em sua proposta de reforma política.

“Defendemos a permanência do modelo de contribuição da iniciativa privada. Não podemos colocar mais carga sobre o cidadão brasileiro”, declarou Pastor Everaldo (PSC) sobre o financiamento de campanhas no seu projeto de reforma política.

“A minha pretensão é falar da divisão do tempo de rádio e TV. Chega a ser criminoso o que fazem com os partidos menores. Vislumbro o que Cristo falou lá atrás: procurou aos menos favorecidos e não procurou aos fariseus e romanos”, afirmou Levy Fidelix (PRTB) sobre a desigualdade entre os tempos dos partidos no horário eleitoral gratuito, tema que sua proposta de reforma política abordaria.

“As políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma crença, por isso defendo a união civil homoafetiva. É preciso combater a homofobia, discriminação através do racismo, pregar o bem, a igualdade, independente da religião”, defendeu Luciana Genro (Psol) ao discursar sobre o Estado laico.

“Infelizmente nós vamos em um ritmo decadente em demarcação de terras indígenas; 30 (terras indígenas) poderiam recuperar até esse ano. Se eleito, assinarei essas 30 no mesmo dia”, disse Eduardo Jorge (PV) sobre a questão indígena.

“Você não pode deixar abandonadas as mulheres que fazem a interrupção de gravidez no Brasil. A minha posição é pela revogação dessa lei machista que considera criminosas as mulheres católicas e evangélicas (que fazem aborto)”, se posicionou Eduardo Jorge (PV) sobre o aborto.

“Mais de 50% da arrecadação do Brasil vem de quem ganha até três salários mínimos. O imposto sobre salário é extremamente injusto. Defendemos que os bancos (e os milionários) paguem mais impostos”, declarou Luciana Genro (Psol) sobre a reforma tributária.

“O centro das cidades deve voltar a ser ocupado. Porque o planejamento errôneo expulsou o povo pobre para cada vez mais longe. O conceito de cidade ecológica é cidade compacta para voltar o convívio entre as classes socais”, Eduardo Jorge (PV), sobre moradia.

“Temos 6 milhões de imóveis vagos e um déficit de 7 milhões de famílias sem ter onde morar. Mesmo com o Minha Casa, Minha Vida, o déficit habitacional aumentou”, Luciana Genro (Psol), sobre a questão da habitação.

“A independência do Banco Central é um equívoco. Sou a favor da autonomia, que o Banco Central seja livre para perseguir as metas de inflação, mas não independente a ponto dos seus diretores não poderem ser demitidos”, disse Dilma Rousseff (PT).

“Os bancos querem mandar em tudo, serem independentes. Eu saio vitorioso, satisfeito, caso qualquer um dos candidatos fizer uma auditoria com esses bancos”, afirmou Levy Fidelix (PRTB).

“Um País como o Brasil não consegue se sustentar com a energia solar, que é muito cara. A grande fonte de energia do Brasil é hidrelétrica”, disse Dilma Rousseff (PT), sobre a matriz energética do País.

“Quem não teve condições de administrar a nossa maior empresa, não tem condições de administrar (o Brasil)”, diz Aécio Neves (PSDB) sobre o PT e Dilma Rousseff, associando a gestão de ambos ao recente escândalo envolvendo a Petrobras.

“O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção. Seu partido foi precursor do mensalão. O senhor falando do PT é como o sujo falando do mal-lavado. Você é de um partido que tem promovido a corrupção. Fale do PT, mas fale do seu partido também”, disse Luciana Genro (Psol), sobre o comentário de Aécio acerca do escândalo da Petrobras.