UPA alagada e com teto caído foi lançada por Nelsinho e Mandetta para durar ’15 anos’
Teto caiu e há dois dias UPA Vila Almeida só atende casos de emergência
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Teto caiu e há dois dias UPA Vila Almeida só atende casos de emergência
Quem passa pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Almeida, interditada há dois dias por conta de parte do teto desabada, jamais dirá que o prédio foi inaugurado pelo ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e pelo então secretário de Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), para durar 15 anos. “Vamos ter funcionários capacitados no atendimento avançado para salvar vidas. Esta obra não é só para dois anos e sim para os próximos 15 anos”, disse Mandetta no dia 31 de agosto de 2009.
Quando fez a declaração o secretário, que hoje ocupa mandato de deputado federal, não imaginava que a obra teria tantos problemas. De 2009 até hoje, após um terço do tempo prometido, a obra coleciona problemas, que vão desde alagamento a queda de teto, como a ocorrida na quarta-feira (24).
A obra de Nelsinho e Mandetta tem problemas desde que foi entregue, começando por erro grosseiro de projeto. Feita com parede de vidro, a UPA castigava os pacientes que procuravam médico pela manhã e não conseguiam suportar o sol e o calor. A Prefeitura colocou ‘insufilm’ para tentar amenizar, mas o problema continua, porque a proteção é destacada por crianças, durante a longa espera por atendimento.
Os problemas não pararam por ai. Pouco tempo depois as chuvas começaram a mostrar que a obra não teria vida tão longa. Em dezembro de 2012 a enfermeira Amarilis Amaral questionava pelo Facebook a qualidade da obra de Nelsinho e Mandetta, cobrando respostas.
“Sala de emergência do UPA VILA ALMEIDA, chove por todos os lados! Cadê os responsáveis? Nelson Trad, e o secretário de Saúde da época, Luiz Henrique Mandetta, e o secretário de Obras? Pra onde foi o nosso dindim? Em que condições deixaram as obras que foram realizadas em vossa gestão? Onde está a responsabilidade com os trabalhadores da saúde e os usuários do SUS?”, reclamou.
Um ano depois a obra não resistiu a nova chuva e teve o setor de emergência alagado e interditado por conta das inúmeras goteiras, que ainda não tinham sido arrumadas. “Estou com a minha sogra há cinco horas para que ela seja transferida daqui. Com chuva, tudo piorou, pois estamos sem energia também e com goteiras”, diz a cabeleireira Josiele Capps, de 32 anos, que acompanhava uma paciente com a bacia fraturada.
Em 2014, pelo terceiro ano consecutivo, a UPA volta a ter problemas. Quem procurou a UPA da Vila Almeida, localizada no Jardim Panamá, região oeste de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (25), se deparou com avisos e fitas isolando o local. A informação obtida pela equipe do Jornal Midiamax que esteve por lá é que o posto de saúde ficou parcialmente fechado para atendimento, atendendo apenas casos graves.
Na quarta-feira (24) de manhã, funcionários e pacientes se assustaram com a queda de parte do teto. Com a queda da estrutura, um vilão que estava escondido se revelou. Com ele, a unidade ficou cheia de fezes de pombos, que estavam acumuladas no forro. Os funcionários passaram a trabalhar com mascaras, que não foram suficientes para atender os pacientes, que precisaram suportar o odor das fezes, consideradas tóxicas.
Na época da inauguração o próprio Mandetta falou da necessidade da Unidade de Pronto atendimento, para reduzir mortalidade, já que teria condições de atender casos de urgência. “As UPAs, que são estas unidades hospitalares, têm a função de reduzir a morbi-mortalidade do infarto, no episódio agudo do miocárdio. Aqui, temos aparelhos de respirador e ventilador e equipamentos avançados, para o suporte de vida”, declarou.
A importância da obra também foi citada por Nelsinho. “É muito importante que a população saiba que este é o avanço na busca da qualidade de atendimento ao usuário. Por meio dessas unidades, com o seu pleno funcionamento nós vamos poder ter nos hospitais da cidade um menor número de gente para ser atendida. Porque serão atendidas nessas unidades”, discursou.
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