UFN3, que constrói para Petrobras em Três Lagoas, deve R$ 8 milhões a fornecedores

O Consórcio UFN3, que administra as obras da Fábrica de Fertilizantes da Petrobras em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, está sendo acusado por fornecedores e prestadores de serviço de dívidas que chegam a R$ 8 milhões. O UFN3 ganhou a concessão pública de construção da fábrica e previa investimentos por parte da […]

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O Consórcio UFN3, que administra as obras da Fábrica de Fertilizantes da Petrobras em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, está sendo acusado por fornecedores e prestadores de serviço de dívidas que chegam a R$ 8 milhões. O UFN3 ganhou a concessão pública de construção da fábrica e previa investimentos por parte da Petrobras em torno de R$ 3 bilhões.

Em 2009, o governador André Puccinelli comemorou a vitória sobre o Estado de Minas Gerais, na disputa para trazer as obras da Petrobras para MS. MG fez pressão para que a fábrica de fertilizantes fosse construída em seu território de olho na geração de empregos.

Posteriormente, Puccinelli assinou um termo que concedia incentivos fiscais e tributários para a construção da fábrica, usando assim recursos dos cofres públicos para atrair o empreendimento milionário.

Segundo Luiz, proprietário de uma empresa especializada em topografia, o consórcio deve para ele cerca de R$ 1 milhão. “Eu prestava serviços para eles e tive que entrar na Justiça para receber, por isso, não vou divulgar o nome de minha empresa por enquanto. Aqui na cidade eles devem quase todo mundo”, revela.

Segundo as informações dos credores, a dívida inicial com os fornecedores e prestadores de serviço chega a R$ 25 milhões, contudo, um acordo com parcelamento foi firmado . Depois de pagar algumas parcelas, o consórcio suspendeu o restante dos pagamentos, revoltando os credores.

Segundo o secretário-geral do Sintiespv-MS (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Pavimentação e Obras em Geral de Mato Grosso do Sul), José Cleonildo Dias, o consórcio demitiu nesta sexta-feira (17) 1.500 trabalhadores sem dar nenhuma motivação.

“Inicialmente eles haviam contratado 10 mil trabalhadores vindos de todo o país. Vamos ficar observando se vão pagar os salários, pois a corda sempre quebra do lado mais fraco, o dos trabalhadores”, diz Cleonildo fazendo referência à situação financeira da UFN3.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax telefonou diversas vezes para o Consórcio UFN3, contudo, não obteve retorno. Os fornecedores e o Sintiespv-MS afirmam que a empresa dificilmente retorna as ligações quando é questionada.

Dinheiro da Petrobras

A fábrica de fertilizantes foi idealizada para transformar gás natural em insumos para produzir fertilizantes, tais como ureia e amônia. Na entrega da concessão pública para a Empresa UFN3, a presidente da Petrobras, Graça Foster, destacou o posicionamento estratégico do município de Três Lagoas. “A planta vai ficar a dois quilômetros do gasoduto e isso é fundamental”, disse Graça.

Além da fábrica em Três Lagoas, prevista para ser inaugurada em quatro anos, o Projeto Fertilizantes da Petrobras já tem duas fábricas operando. Uma na Bahia, que produz 462 mil toneladas de amônia e 182 mil toneladas de amônia ao ano, e outra em Sergipe, que fabrica 594 mil toneladas de ureia ao ano.

Outras três usinas integram o projeto. Uma produzirá amônia em Uberaba (SP); outra, sulfato de amônia em Sergipe, e uma sexta em Linhares (ES), que fabricará metanol, ácido acético, ácido fórmico e formaldeído.

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