O presidente ucraniano interinom Oleksandr Turchynov, anunciou uma grande “operação militar anti-terror” será lançada depois que edifícios do governo foram tomados por grupos pró-Rússia em diversas cidades no leste do país nos últimos dias.

Em um discurso em cadeia nacional, Turchynov disse que não permitirá que a Rússia repita a situação da Crimeia, república autônoma que foi anexada pela Federação Russa no mês passado, se repita.

“O agressor continua a incitar a desordem no leste do país”, disse Turchynov.

Ele ainda afirmou que não punirá os membros de grupos pró-Rússia que entregarem suas armas até a manhã de segunda-feira.

Hoje mais cedo, o secretáro-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, já havia expressado preocupação com a crise nesta região da Ucrânia e traçou paralelos entre os novos ataques e o ocorrido na Crimeia.

Ele disse que “o ressurgimento de homens com armas russas e um uniforme idêntico sem insígnias,que foram usados por tropas russas durante a tomada ilegal da península, é algo grave”.

Envolvimento russo

Uma fonte da BBC na Otan afirmou que o órgão acredita que forças russas estiveram envolvidas nas invasões de edifícios do governo.

“O aviso de Rasmussen é claro e direto ao ponto”, diz Johnathan Marcus, correspondente diplomático da BBC.

“O medo é que o governo russo esteja usando a falta de clareza nestes atos para ganhar tempo. Ao mesmo tempo, ameaça que qualquer resposta da Ucrânia só tornará a situação pior.”

Coordenado e profissional

A embaixadora americana na ONU, Sarah Power, também disse acreditar no “envolvimento de Moscou” nestes recentes ataques.

“É algo coordenado e profissional. Não há nada de amador nisso”, disse Power em entrevista à ABC News.

O Kremlin negou sua participação.

O leste da Ucrânia tem uma grande população de origem russa e vive uma série de protestos desde que o então presidente Viktor Yanukovych foi deposto, em fevereiro.