Turquia tem protestos contra governo perante queda de Kobane
Vários bairros de Istambul e cidades do sudeste da Turquia voltaram a ser cenário de violentas manifestações perante a iminente tomada da cidade curda de Kobane, no norte da Síria, por parte dos jihadistas do EI (Estado Islâmico), informou nesta terça-feira o jornal “Hürriyet”. Os manifestantes reprovam a passividade do governo perante o assédio do […]
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Vários bairros de Istambul e cidades do sudeste da Turquia voltaram a ser cenário de violentas manifestações perante a iminente tomada da cidade curda de Kobane, no norte da Síria, por parte dos jihadistas do EI (Estado Islâmico), informou nesta terça-feira o jornal “Hürriyet”.
Os manifestantes reprovam a passividade do governo perante o assédio do EI em Kobane e a sua recusa de permitir que chegue ajuda humanitária e militar turca à cidade síria.
Algumas manifestações da noite de segunda-feira foram pacíficas, mas em certas partes de Istambul os ativistas formaram barricadas, pararam o trânsito e inclusive incendiaram um ônibus municipal.
Quando a polícia tentou dispersar as concentrações com gás lacrimogêneo e canhões de água, houve confrontos com paralelepípedos e pedras.
Cenas similares tiveram ocorreram nas cidades de Hakkari, Van, Diyarbakir, Batman, Mardin e outros núcleos do sudeste da Turquia, de maioria curda.
A Turquia realizou na segunda-feira vários movimentos de tanques no lance da fronteira síria frente a Kobane+, mas não interveio contra os jihadistas, que já alcançaram as ruas periféricas da cidade, onde lutam contra as milícias curdas locais.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, garantiu não querer que Kobane caísse nas mãos dos jihadistas.
“Faremos o que estiver em nossas mãos para que Kobane não caia”, prometeu o líder, cujo governo se considera parte da coalizão internacional antijihadista.
Mas, apesar de o EI indicar suas posições com sua famosa bandeira negra, facilmente visível da fronteira turca em imagens divulgadas pela emissora “NTV”, a artilharia turca não interveio contra os extremistas.
Veículos antidistúrbios controlam há mais de duas semanas a fronteira para impedir a chegada de ajuda humanitária ou armas às milícias curdas e aos civis de Kobane.
Embora se permita em algumas ocasiões a passagem dos cidadãos sírios, não é consentida a entrada de cidadãos turcos nem a passagem de veículos. Em algumas vezes, também foi impedida a passagem da imprensa.
Quase diariamente, as manifestações curdas locais na zona fronteiriça foram dispersadas com gás lacrimogêneo, até mesmo quando eram totalmente pacíficas.
Ontem à noite, o partido pró-curdo HDP, o quarto do Parlamento turco, fez uma chamada para “sair à rua” contra os ataques do EI e “o embargo que as autoridades turcas impõem a Kobane”.
Vários dirigentes curdos avisaram que a provável queda de Kobane, pela qual culpam a Ancara, colocaria em perigo as negociações entre Turquia e a guerrilha curda do Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK).
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